Curso: “A Energia Dos Animais” – Prof. Wagner D. Borges

IPPB – Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas
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ÍNDICE
 
 
A ENERGIA DOS ANIMAIS. 3
(Entrevista Sobre a Sensibilidade dos Animais) 3
O PRESENTE – UM PEDACINHO VIVO DA NATUREZA.. 5
(Um Toque da Companhia do Amor Sobre a Amizade Incondicional) 5
O PRESENTE – UM PEDACINHO DA NATUREZA – II. 6
O PRESENTE – UM PEDACINHO DA NATUREZA – III. 8
(Alguns Toques Conscienciais Sobre o Cãozinho que Partiu…) 8
NAS ASAS DO GRANDE ESPÍRITO, SENHOR DE TODAS AS VIDAS. 10
A PASSAGEM FINAL DO MALHADO – UM GATO ASTRAL.. 14
MOHA MUDGARAM – O FIM DA ILUSÃO.. 16
FILHOS DE MANITU – IV.. 18
UMA VIAGEM ESPIRITUAL SOBRE AS ONDAS DO MAR.. 20
POR TUDO O QUE SOMOS – E SEREMOS… 23
OLHO DE MAAT – II. 25
INSPIRAÇÃO E VIDA: A MÚSICA DO GRANDE ESPÍRITO.. 29
VIAGEM ESPIRITUAL NO RIO DE ESTRELAS DE UMA CRIANÇA.. 31
PRÁTICA DE LUZ E SEMENTES CONSCIENCIAIS. 33
ESTRELAS NOS OLHOS – FOGO DO ESPÍRITO II. 35
HÁ ALGO MAIS… UM AMOR. UMA LUZ – XXXIX.. 37
ALGO MAIS… UMA LUZ, UM AMOR – V.. 39
MAIS UMA ORAÇÃO DA PRESENÇA.. 43
MAIS UMA ORAÇÃO DA PRESENÇA – II. 45
MIL FLORES. 47
ESPIANDO O INFINITO.. 48
EL MATADOR.. 49
 
 
A ENERGIA DOS ANIMAIS*
(Entrevista Sobre a Sensibilidade dos Animais)
 
– Por Wagner Borges –
           
1) Os animais são realmente mais sensíveis às energias do ambiente do que nós? Por que isso ocorre?
 
Resposta: Sim, eles são realmente mais sensíveis às energias ambientais.
Isso ocorre porque a sensibilidade dos animais supera a do próprio ser humano. Eles estão mais ligados aos ciclos da natureza e consequentemente, às suas variações energéticas, talvez, até mesmo por puro instinto.
E como eles se baseiam mais nos sentidos do que na mente consciente (caso do ser humano, com sua mente cheia de neuroses, culpas, medos e bloqueios psíquicos variados), isso favorece sua percepção em relação ao meio ambiente energético.
 
2) Eles percebem as energias sutis por meio das patinhas (caso de gatos e cães)?
 
            Resposta: No caso dos felinos, lobos e cães, isso é verdadeiro porque, como a coluna deles está posicionada na horizontal (diferente da coluna do ser humano, que está na vertical e por isso, capta mais energias de cima, do espaço e de outros planos), eles se apoiam nas patas e sentem muitas coisas por intermédio delas. Além do mais, eles também possuem centros energéticos (pequenos chacras) no centro das patas e captam energias por elas.
 
3) O que podemos fazer para equilibrar a energia deles, mantendo-os saudáveis? Existe algo simples que uma pessoa sem iniciação em reiki, cura prânica ou outras terapias pode fazer para ajudá-los? Se sim, o que?
 
            Resposta: Quando uma pessoa trabalha com cura, ela está acostumada a passar energias, e isso facilita muito a passagem de vibrações sadias para os animais. Contudo, sem esse preparo técnico e psíquico, a melhor maneira de fazer isso é amando os seus bichinhos, pois fazer carinho é uma forma de passar energias sadias.
E para aqueles que oram (independente de sua crença), é muito bom fazer isso com seus animais por perto, ou mesmo segurando-os no colo.
            Do mesmo jeito que pedimos ao Céu para proteger os nossos entes queridos, também podemos orar a favor dos nossos parceirinhos de jornada. Afinal, eles também fazem parte de nossa família. E isso é uma forma eficaz de passar energia legal para eles.
 
4) De que forma a energia densa de um ambiente pode afetá-los?
 
            Resposta: Da mesma forma que pode afetar os seres humanos também: por contato energético e psíquico. Quando um animal entra em contato com alguém negativo ou com algum ambiente ou objeto carregado de vibrações pesadas, ele sente os efeitos imediatamente e, em consequência, pode até adoecer.
             
5) Uma vez, li que uma pessoa que ama muito seus animais pode fazer afirmações positivas ao acariciá-los, falando: você é feliz, você é saudável. Você acredita nesse tipo de forma-pensamento?
 
            Resposta: Isso é verdadeiro sim. E não precisa ser só afirmações positivas, mas também, qualquer coisa boa falada e projetada para eles. Eu mesmo faço isso com o Rama**, o meu cachorrinho (um Yorkshire Terrier, de três anos de idade). Faço carinho e converso com ele, dizendo-lhe: “como você é bonito”; ou, “você é o parceirão do papai”; ou ainda, “você é muito amado”.
           
A presença de um ser humano sadio perto dos animais acelera a evolução deles, pela própria relação afetiva que se forma; e, em contrapartida, também acelera a evolução do ser humano, que aprende muito com esses parceirinhos de jornada, principalmente na questão do amor incondicional deles.
            Resumindo: quando há amor, a relação é boa para ambos!
 
            – Notas:
            * Essa entrevista foi realizada para publicação numa revista, mas não foi publicada integralmente. Então, aqui está disponibilizada na íntegra.
            ** Ver os dois textos que escrevi sobre o Rama no site do IPPB, nos seguintes endereços específicos:
Parte I –http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9686:o-presente-um-pedacinho-vivo-da-natureza&catid=31:periodicos&Itemid=57      
Parte II –
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10102:1038-o-presente-um-pedacinho-da-natureza-ii&catid=31:periodicos&Itemid=57   
Obs.: Eis aqui mais dois links para textos que esclarecem sobre a questão dos animais, suas condições extrafísicas e a presença de protetores espirituais junto a eles:
“Nas Asas do grande Espírito, Senhor de Todas as Vidas” –
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4673:714-nas-asas-do-grande-espirito-senhor-de-todas-as-vidas&catid=31:periodicos&Itemid=57   
“Filhos de Manitu – IV” –
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10500:1112-filhos-de-manitu-iv&catid=31:periodicos&Itemid=57 
 
 
 
O PRESENTE – UM PEDACINHO VIVO DA NATUREZA
(Um Toque da Companhia do Amor Sobre a Amizade Incondicional)
 
Recentemente, você adquiriu um cachorro e se afeiçoou a ele.
E descobriu que o bichinho tem personalidade própria e apresenta emoções bem definidas. Ele brinca, rosna, faz birra e quer mandar no território.
Ou seja, parece gente, não é mesmo?
Agora, falando bem claro, é mais interessante para você “estar com o cachorro, do que ele estar com você”. Isso porque ele tem a natureza dele e, de um jeito ou de outro, aprende o que precisa. Mas, você, está aprendendo algo novo ao lidar com ele. E o seu coração ficou mais luminoso.
Então, agradeça ao Papai do Céu por ter lhe dado a chance de compartilhar amor com um bichinho. Por Ele ter feito seu caminho se cruzar com o destino do cão, para progresso e benefício de ambos.
Por Ele ter lhe emprestado, por um tempo de vida, um pedacinho vivo da natureza, para fazer seu coração brilhar mais.
O Papai do Céu é o Cara!
 
– Companhia do Amor* –
A Turma dos Poetas em Flor.
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – Porto Alegre, 15 de julho de 2009.)
 
– Nota de Wagner Borges (escrita em 21 de abril de 2010): Rama é um cãozinho de um ano de idade, da raça Yorkshire Terrier, de cor escura mesclada com tons claros. Comprei o bichinho para a Maria Luz, minha filha caçula, mas ele acabou ficando comigo, no meu apartamento. E se tornou um parceirinho muito legal. E hoje eu agradeço ao Grande Arquiteto Do Universo, por ter me dado a oportunidade de interagir meu coração com esse amiguinho da natureza e, assim, poder aprender com ele a arte da amizade incondicional.
Valeu, Papai do Céu!
 
– Nota do Texto:
* A Companhia do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.
Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros “Companhia do Amor – A Turma dos Poetas em Flor – Volumes 1 e 2” – Edição independente – Wagner Borges, e sua coluna no site do IPPB (que é uma das seções mais visitadas no site): www.ippb.org.br 
 
 
 
O PRESENTE – UM PEDACINHO DA NATUREZA – II
(Uma Canção do Coração Para Rama)
 
Você veio e deitou-se no meu colo.
            E me olhou, como só você sabe fazer.
            E eu vi tanto amor incondicional…
            E agradeci a quem fez você chegar a mim.
            Ah, quando você veio, era tão pequeno.
            E, hoje, é um cara tão forte e levado.
            Sabe?… Olhando você, eu sinto o Céu aqui.
            Porque eu sei que você veio de lá…
            Como um presente da Mãe Divina e dos Budas*.
            Sim, para encher minha casa de alegria.
            Casa essa que, agora, é sua também.
            Ah, quem mandou você, sabia o que estava fazendo.
            Era uma armadilha para capturar meu coração.
            E funcionou… Sim, bem mais do que eu imaginaria.
            E, hoje estamos juntos, na mesma trilha…
            Eu e você, dois espíritos, amigos para sempre.
Ah, você veio e tudo mudou… Porque a alegria veio junto.
E é uma responsabilidade ter você por aqui.
Porque você é um pedacinho vivo da natureza.
E, agora, talvez os Budas que o enviaram estejam rindo muito.
Porque você veio do colo deles para o meu colo.
E, quando você brinca e corre alegremente, eu me lembro deles.
E eu acho que você anda sonhando com eles, enquanto dorme no meu colo.
Então, talvez você seja um pequeno Bodhisattva** que desceu por aqui…
Para derreter o meu coração na Luz de um Grande Amor.
Ah, Rama, obrigado por você ter vindo viajar junto comigo nessa trilha…
Agora, vá lá em cima brincar com seus amigos, enquanto eu cubro o seu corpo.
E diga a eles que a armadilha que montaram, realmente funcionou.
E, depois, volte aqui, para sua casa, trazendo o brilho das estrelas em seus olhos.
Esse mesmo brilho que também está em meus olhos, quando eu olho para você.
E você não se chama Rama*** à toa. É que eu vi o amor em seu olhar…
E aí, eu soube que o Céu me dera mais uma missão: viajar junto com você.
Então, minha jornada ficou mais linda, porque você está nela.
Rama, que bom que você está aqui. Valeu, amigão!
 
P.S.:
Ah, meu amigo, eu sinto o seu guia espiritual aqui.
E ele vem me mostrando várias coisas…
Rama, até nisso você enriqueceu minha vida.
Porque, por sua causa, ele está aqui.
Você veio, ele também veio.
E, assim, o Amor e a Alegria também vieram…
(E, lá em cima, nas Terras Puras, os Budas continuam rindo muito…)
 
(Dedicado a Maria Luz, minha filha caçula, que foi a maior responsável pelo Rama ter vindo morar comigo – e também aos meus amigos, que sempre ficam com ele quando eu viajo a trabalho -, e que também curtem sua presença.
 
Gratidão.
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – que não é Buda, mas ri muito, principalmente de si mesmo…
 
– Notas:
* Buda – do sânscrito – O Iluminado; Aquele que despertou! Palavra derivada de “Buddhi”, que significa “Iluminação Pura” ou “Inteligência Pura”. Ou seja, quem alcança o estado de Buddhi, torna-se um Buda, um ser iluminado e desperto.
** Boddhisattvas – do sânscrito – são aqueles seres bondosos que estão perto de tornarem-se Budas ou Iluminados. Para facilitar a explicação, podemos dizer que eles são canais espirituais ou avatares conscientes do amor de todos os Budas.
*** Rama – na cosmogonia hinduísta, é o sétimo avatar de Vishnu, o Divino Presevador da Vida. Sua história é contada no épico “O Ramayana”. Ao longo dos séculos, muitos iogues e iniciados tomaram o seu nome em homenagem as suas qualidades, como honra, Amor, generosidade, firmeza de caráter e serviço à Luz.
 
 
 
O PRESENTE – UM PEDACINHO DA NATUREZA – III
(Alguns Toques Conscienciais Sobre o Cãozinho que Partiu…)
 
Olá, pessoal.
            Vi na TV a matéria sobre a mulher de Goiás que matou um cachorrinho Yorkshire.
            Naturalmente, uma violência dessas choca a todos, principalmente quem gosta de cachorro. E, no meu caso, o Rama também é da raça Yorkshire.
            Apesar de ficar indignado com o fato lamentável, procurei olhar espiritualmente a atmosfera psíquica da mulher agressora. E logo vi o quanto ela é perturbada.
            Então, procurei me harmonizar, para não julgá-la nem emanar pensamentos negativos, pois já bastava a própria situação triste dela.
            Depois, procurei sintonizar algo espiritual, para trazer uma Luz sobre uma coisa absurda dessas… E, na verdade, tomei foi uma bronca extrafísica.
            Fora do corpo*, um dos mentores espirituais do grupo extrafísico dos Iniciados** me disse o seguinte: “Quem você pensa que é para se meter nisso”? Use o que você sabe e não entre em climas ruins. Não deixe suas emoções tomarem conta do seu discernimento. Em lugar de pensamentos pesados, harmonize-se e projete as luzes dos sentimentos positivos a favor de todos…
            Nada julgue. Compreenda. Nem tudo é o que parece… Simplesmente, voe nas asas da meditação serena e da prece clara e amorosa. E sinta-se feliz por ter um amiguinho Yorkshire ao seu lado. Através dele, honre o outro cãozinho que foi vítima de alguém doente. Sabe como?… Amando-o mais ainda.
            E não se esqueça da assistência espiritual, secreta e serena, que abarca todos os seres. E você sabe, por visões espirituais anteriores suas, que há seres extrafísicos incumbidos de cuidar dos bichinhos. E eles não estão à sua disposição para responder a questionamentos baseados em emoções desordenadas do momento.
            Agora, o cãozinho está bem cuidado… E já lambe, com confiança, as mãos que o amparam. Lembre-se: a vida continua, tanto para os homens quanto para os bichinhos.
            Mas você não precisa de detalhes de nada disso. Precisa é de paz de espírito diante de tragédias desse porte, inclusive, para irradiar Luz serenamente e ajudar a todos. E faça isso com compreensão, tanto para o bichinho, quanto para sua agressora.
            Quando for a hora adequada, lhe passaremos algumas informações adicionais sobre a questão dos animais e dos protetores espirituais que cuidam deles no Invisível.
            Por enquanto, você sabe o que fazer: Amor na senda… E Paz e Luz.”
            Então, diante do que ele me disse, “botei o rabo espiritual por entre as pernas”, e saí de fininho, de volta para o corpo. E, agora, estou aqui escrevendo sobre isso, com o Rama deitado entre os meus pés e roendo um ossinho. E, daqui a pouco, vou dar uma volta com ele, contente pela oportunidade que Deus me deu de estar com um de seus bichinhos por um tempo de vida.
 
            Um abraço a todos.
 
            (Texto postado originalmente para um grupo de amigos de minha lista particular de e-mails)
           
– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
            São Paulo, 20 de dezembro de 2011.
 
            – Notas:
* Projeção da consciência – é a capacidade parapsíquica – inerente a todas as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.
Sinonímias: Viagem astral – Ocultismo.
Projeção astral – Teosofia.
Projeção do corpo psíquico – Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo – Parapsicologia.
Viagem da alma – Eckancar.
Viagem espiritual – Espiritualismo.
Viagem fora do corpo – Diversos projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual) – Espiritismo.
Arrebatamento espiritual – autores cristãos.
            ** Os Iniciados – grupo extrafísico de espíritos orientais que opera nos planos invisíveis do Ocidente, passando as informações espirituais oriundas da sabedoria antiga, adaptadas aos tempos modernos e direcionadas aos estudantes espirituais do presente.
Composto por amparadores hindus, chineses, egípcios, tibetanos, japoneses e alguns gregos, eles têm o compromisso de ventilar os antigos valores espirituais do Oriente nos modernos caminhos do Ocidente, fazendo disso uma síntese universalista. Estão ligados aos espíritos da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Segundo eles, são “iniciados” em fazer o bem, sem olhar a quem.
 
 
 
 
 
NAS ASAS DO GRANDE ESPÍRITO, SENHOR DE TODAS AS VIDAS
(Falando da Vida Após a Morte dos Animais)
 
Enquanto eu meditava, preparando-me espiritualmente para realizar uma aula para o grupo de estudos e assistência espiritual do IPPB, entrou no quarto um cachorro desencarnado, brincando, latindo e batendo o rabo alegremente.
Percebia o animal pelas vias da clarividência, de olhos fechados, diretamente na tela mental frontal interna (correspondente à área de ação do chacra frontal*).
O cão era um vira-lata normal, adulto, de pelo castanho-claro (mais claro do que castanho), muito alegre e ativo. Ele olhava para alguém à frente, que eu não via, com o qual ele brincava e corria em torno. Contudo, mesmo sem ver a entidade extrafísica no ambiente, eu sentia sua presença tranquila e amistosa.
Admirado com a alegria do animal, morto na Terra, mas vivo em espírito, cheio de animação, pensei: “Alguém deve estar chorando a perda desse animal. Do jeitinho alegre que ele é, deve estar fazendo muita falta para os seus donos e entes-queridos.”
Então, o espírito em frente se comunicou telepaticamente comigo e me disse o seguinte: “O nome dele é Terry. E ele está muito bem tratado aqui!”
Nesse instante, o meu chacra frontal pulsou, cheio de luz branquinha fluorescente e eu o vi também.
Era um homem alto, de cabelos pretos muito grandes, à moda indígena da América do Norte. Estava vestido de calça lisa marrom-claro, com uma camisa esporte, tipo pólo (por dentro da calça). O cinto era preto. Seus olhos eram bem pretos, brilhantes, e a pele bem moreno-avermelhada. No conjunto, ele mais parecia um mestiço de branco com índio americano, moderno no jeito, mas com uma certa atmosfera ancestral xamânica.
Ele me olhou e riu e na sequência pegou o cão no colo. O animal se mexia feliz junto dele, tentando lambê-lo todo tempo. Em torno dele havia uma aura amarelo-suave, que irradiava uma atmosfera de segurança e tranquilidade à sua volta.
Enquanto acariciava o animal em seu colo, ele me olhou firmemente e com simpatia e me disse: “Já que você fala das coisas do espírito para os homens encarnados na Terra, então diga-lhes que, até mesmo os animais têm assistência espiritual após o desenlace da matéria. Eles são cuidados e afagados com muito carinho. Há grupos de auxiliares astrais que cuidam especificamente deles em seus períodos extrafísicos. São espíritos dedicados ao bem-estar desses nossos irmãos menores na Natureza.
E mais: peça aqueles que gostam dos animais, que orem na sintonia desses benfeitores invisíveis; para que eles se associem sutilmente com eles, em espírito, na mesma bondade e amor por esses serzinhos tão queridos.
Nenhuma criatura é abandonada pelo Grande Espírito.
O Seu Amor é para todos!
A Sua Luz anima todas as luzes e seres.
Para Ele, todos são iguais na Natureza.
Homens e animais, vegetais e minerais, todos são Seus filhos.
Que aqueles que sofrem com a perda temporária de seu bichinho amado, seja ele qual for, rezem ao Grande Espírito, para confortar seus corações. Mas, que saibam, também, que há outros seres que amam os seus bichinhos, que seguirão cuidando deles nesse imenso universo do Grande Espírito, cheio de vida, em todos os planos.
O meu recado é só esse.
Que Manitu** abençoe a sua jornada!”
 
 
 
P.S.:
Agora, vou levar esses escritos e compartilhá-los com os meus companheiros de estudo e prática espiritual. Que a jornada deles também seja abençoada por Manitu, Senhor dos homens, dos animais e de tudo o mais que existe, seja lá onde ou como for.
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 12 de julho de 2006.
 
– Notas:
* Chacra Frontal: centro energético situado no campo energético da testa e responsável pelos fenômenos de clarividência e percepção espiritual. Está ligado à glândula hipófise (pituitária).
** Manitu: designação que os índios algonquinos, da América do Norte, dão a uma força mágica não personificada, mas inerente a todas as coisas, pessoas, fenômenos naturais e atividades; O Todo; O Supremo; O Grande Espírito; Deus.
 
CONTATOS INTERDIMENSIONAIS
(Verita e o Ancião dos Cavalos)
 
Ainda agora, durante um trabalho de energia aqui em meu quarto, percebi pela clarividência um velho índio desencarnado. Ele estava com um chapéu bem surrado e acariciava um cavalo. O animal estava preso em um estábulo e parecia ver o espírito. Pelo seu jeito, estava gostando do carinho que lhe era feito.
Mentalmente, saudei o velho índio. Ele fez um gesto com a mão direita e pediu-me para ficar quieto e esperar por uma visão do Grande Espírito (nome pelo qual vários dos povos indígenas chamam o Criador). Permaneci no mesmo estado tranquilo em que estava e fiquei observando suas carícias no animal.
Em dado momento, deixei de percebê-los, e uma outra imagem se formou em minha tela mental. Dessa vez, era uma casinha simpática, rodeada por um belo gramado e circundada por belas montanhas verdejantes. Uma luz suave preenchia esse ambiente.
A sensação era de paz e vitalidade, integrados na atmosfera daquele lugar. Bem no meio do gramado surgiu a minha amiga Verita (ela foi morar no plano extrafísico há três dias, aos 67 anos).
Ela sorriu para mim e disse-me:
“Diga para o pessoal que aqui é o meu lugar e que estou ótima. A vida aí na Terra é mata brava. Aqui é pura paz na relva.”
Ela me dizia isso mentalmente e rolava na grama igual criança.
Perguntei-lhe se havia recebido as vibrações que eu havia enviado em sua intenção ontem à noite.
Ela me disse:
“Claro! Um dos espíritos hindus da turma do Ramatís (ela era apaixonada por ele),trouxe-me ontem um buquê de flores e disse-me que elas eram a expressão de suas energias em minha intenção. Adorei, Wagner. Agora, não se esqueça de ligar e avisar o pessoal de que estou muito bem aqui nesse lugar.”
Ela se afastou rindo, em meio àquele ambiente maravilhoso.
Não vi outros espíritos por lá, mas por intuição sabia que havia uma consciência extrafísica avançada invisível a nós, superintendendo aquele nosso contato.
A seguir, a imagem do lugar se diluiu e voltei a ver o índio e o cavalo. Ele me olhou nos olhos, e me disse:
“Sou o ancião dos cavalos. Estou por aqui desde os velhos dias. Já vi muita, muita coisa mesmo. Mas, o que mais me encanta é a simplicidade da vida. Como a natureza ensina!… Perceber a luz do Grande Espírito na grama e nas estrelas. Fazer carinho nesse soberbo animal e admirar a doçura de seus olhos. Por sua inocência, ele me vê e sabe o quanto o amo. Se os homens soubessem o quanto os animais veem espíritos… Para eles, isso é natural; estão sem travas psíquicas e nem acumulam as mágoas que entorpecem o coração. São eles, a natureza e sua inocência.
Ainda agora, você percebeu certos efeitos energéticos no céu e parou para refletir em seu significado. Fez muito bem em meditar. O vento e a água (havia uma atmosfera de vento úmido dentro do quarto) deram de presente a você a imagem de sua amiga no outro lado da vida. Ela agora está onde sempre desejou estar! Avise seus amigos e diga-lhes de sua felicidade no novo lugar.
Também diga às pessoas que amam os animais, que as mãos espirituais do ancião dos cavalos estão sempre cheias de luz e prontas para trabalhar a favor da cura dos bichinhos do Grande Espírito. A arrogância dos homens é tão grande que nem lhes ocorre o pensamento de que os animais também têm seus protetores espirituais.
Aproveitando que você é um irmão que escreve, dê um recado desse amigo dos bichos aos homens: ‘Diga-lhes que silenciem o ego e seus tormentos e escutem as mensagens do vento e da chuva. Eles cantam e comunicam verdades sublimes aos corações receptivos. O Grande Espírito toca sua canção em qualquer canto, mas só os animais e os homens de coração aberto é que percebem suas doces harmonias’.
Fique na luz, meu irmão!
 
 
O ancião dos cavalos irá agora passear pelos campos do Grande Espírito e aprender com os elementos da natureza as artes da cura espiritual. Veremo-nos outras vezes, em um desses cantos da irmã chuva ou em uma das mensagens do irmão vento.
Paz em seu coração! E também  para os seus leitores.”
 
– Ancião dos Cavalos –
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges; São Paulo, 13 de dezembro de 1998).
 
 
 
 
A PASSAGEM FINAL DO MALHADO – UM GATO ASTRAL
           
            É quase noite na fazenda…
            A mãe prepara a janta na casa central.
            De súbito, irrompe na sala uma menina chorando…
            Ela tem cerca de dez anos de idade e traz um gato nos braços.
            Desesperada, ela grita: “Mãe, uma cobra mordeu o Malhado. Ele tá morrendo!”
            Então, a mãe pega o bichano e verifica suas condições vitais.
            Nisso, o Malhado dá o seu último suspiro e fica imóvel.
            A mãe olha para a filha e não sabe o que dizer…
            Pouco depois, chega o pai e, desconcertado, chora junto com a filha.
           
                                                           * * *
Agora já é noite na fazenda…
E um clima de tristeza ronda a todos na casa.
O pai enterrou o corpo do gato logo atrás de uma árvore, onde, anos antes, ele enterrara o cadáver de Fito, o seu cachorro querido, que desencarnara de velhice.
Na casa central, a saudade fez sua morada…
 
                                               * * *
As horas passam…
A menina finalmente adormece nos braços de sua mãe.
Ao mesmo tempo, o pai olha pela janela da sala, pensativo…
Ele pondera sobre a transitoriedade das coisas do mundo.
No entanto, ele sente algo em seu coração…
Algo mais… Um Amor. Uma Luz.
 
                                               * * *
 
Enquanto isso, no astral da sala, um Ser de Luz segura o Malhado, em espírito.
E o bichano ronrona tranquilo no colo dele, bem vivo, além do olhar dos homens.
Então, aquele Ser espiritual atravessa a parede da sala e leva o gato com ele…
E eu os vejo entrando num portal luminoso circular, algures.
Em seguida, eles saem num lugar maravilhoso, como uma grande fazenda no astral.
E, ali, ele solta o Malhado em meio a milhares de outros gatos extrafísicos.
E o bichano sai correndo, contente, como se já conhecesse o seu novo lar.
Então, daquele lugar cheio de natureza viva e pulsante, O Ser de Luz me olha…
E, em meu coração, eu escuto o seguinte, em Espírito e Verdade:
“Irmão, escreve que também há algo mais para os animais… Um Amor. Uma Luz.”
E eu, aqui na cidade grande, cumpro o seu pedido – grato pela visão espiritual*.
 
P.S.:
Às vezes, as palavras somem, e só fica a emoção do momento.
E eu não sei mais o que dizer… Porque só sei sentir.
Então, enquanto o Malhado voa lá na fazenda extrafísica, bem vivo, eu vou ficando por aqui, em Espírito e Verdade.
Sim, ficando com algo mais… Um Amor. Uma Luz**.
 
 
 
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 26 de setembro de 2012.
 
– Nota:
* Enquanto eu passava a limpo esses escritos, rolava aqui no som a linda canção “My Time on Earth”, cantada pelo vocalista americano Billy Gillman, na época um garoto de 11 anos (faixa 5 do CD “Dare To Dream”). Inclusive, postei uma tradução da letra para o português – e também a letra original em inglês –, nas notas de rodapé do meu texto “Alquimia do Amor”, postado no site do IPPB no ano de 2002, no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5790:872-a-alquimia-do-amor&catid=31:periodicos&Itemid=57 
Obs.: Certa vez, quando toquei essa música no meu programa “Viagem Espiritual, na Rádio Mundial de São Paulo, minha amiga Nadja Pereira, editora do site da “Revista Consciência Desperta” – http://revistaconscienciadesperta.webnode.com -, escutou a mesma e adorou. E, há alguns dias, ela enviou-me um e-mail falando de uma montagem que fez dessa canção (com a tradução da letra e imagens de um filme), e postou no site do Youtube. Ela escreveu-me o seguinte:
“Olá caro Wagner.
Certa vez, ouvi a música My Time on Earth, do Billy Gilman, no seu programa e desde então virei fã dessa canção. Ontem eu montei um vídeo com a tradução da música e cenas do filme “A Árvore da Vida”.
Espero que toque os corações das pessoas como tocou o meu.
Grande Abraço, amigo.”
Então, para quem quiser ver e ouvir a montagem dela na canção, posto na sequência o link específico do site do Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=u9-EVjgfvTg&feature=youtu.be 
** Dias depois, ao finalizar esses escritos, lembrei-me de um texto do sábio hindu Shankara, produzido no século IX. Trata-se de uma poderosa dose de discernimento em poucas linhas. Fala das ilusões e dos véus escuros que rondam o espírito do homem submergido nas provas do mundo. E evidencia a joia suprema que brilha no coração, como um farol de bem-aventurança na jornada do despertar da consciência.
Como eu gosto muito desse texto, deixo-o na sequência para todos os leitores. E, quem sabe, lendo-o, talvez outros corações se iluminem na mesma sintonia espiritual.
Sim, talvez o discernimento de seu conteúdo seja um espécie de remédio consciencial inspirado pelo Senhor Shiva ao sábio Shankara – para erradicação das tolices que todos nós carregamos em nossos egos.
Ah, quem sabe os caminhos que o Alto toma para curar a ignorância e a inércia consciencial da humanidade?…
Quem sabe, algo mais?… Um Amor. Uma Luz.
Ou, como diria Shankara: “Quando a Joia do Supremo Discernimento brilha, desatam-se os nós do coração espiritual. E o que se vê é o Amor Real e a Luz do Senhor em tudo.”
Ah, Shiva-Shankara, valeu pelo remédio!
(Segue-se o texto na sequência).
 

MOHA MUDGARAM – O FIM DA ILUSÃO
 
– Por Shankara
 
Quem é a esposa? Quem é o filho?
Estranhos são os caminhos deste mundo.
Quem és tu? De onde vieste?
 
Vasta é a ignorância, meu bem-amado.
Medita, pois, sobre essas coisas e adora o Senhor.
 
Vê a loucura do Homem:
Na infância ocupado com seus brinquedos,
Na juventude seduzido pelo amor,
Na maturidade curvado sob as preocupações –
E sempre negligente com o Senhor!
 
As horas voam, as estações passam, a vida se escoa,
Mas a brisa da esperança sopra continuamente em seu coração.
O nascimento traz a morte, a morte traz o renascimento:
Esse mal não necessita de prova.
Onde, pois, ó Homem, está a tua felicidade?
 
Esta vida tremula na balança
Qual orvalho numa folha de lótus –
Não obstante, o sábio pode nos mostrar, num instante,
Como atravessar esse mar de mudanças.
 
Quando o corpo se cobre de rugas, quando o cabelo encanece,
Quando as gengivas perdem os dentes, e o bordão do ancião
Vacila sob o seu peso como um caniço,
A taça do seu desejo ainda está cheia.
 
Teu filho pode trazer-te sofrimento,
Tua riqueza não te garante o céu:
Não te vanglories, pois, de tua riqueza,
Nem de tua família, nem de tua juventude –
Todas elas passam, todas hão de mudar.
 
Sabe isso e sê livre.
Entra na alegria do Senhor.
Não busques a paz nem a discórdia
Com amigos ou parentes.
 
Ó bem-amado, se queres alcançar a liberdade,
Sê igual em tudo.
 
(Texto extraído do livro “Viveka Chuda Mani” – A Joia do Supremo Discernimento** – Editora Pensamento.)
 
 
– Notas de Wagner Borges:
* Shankara – sábio hindu do século 9 d.C., autor do clássico hinduísta “Viveka Chuda Mani”.
Obs.: Também é um dos epítetos do deus Shiva, um dos aspectos da trimurti hinduísta (Brahma – O Criador, Vishnu – O Preservador, e Shiva – O Transformador).
            A tradução literal de Shankara é “Aquele que dispensa bênçãos” (“dispensador de bênçãos”; ou seja, Shiva e, por extensão, os seus avatares).
            Logo, Shankara é considerado como um dos avatares de Shiva.
            ** Viveka Chuda Mani – nome do célebre livro de Shankara.
Sua tradução literal é: Viveka, o discernimento espiritual; Chuda, suprema; e Mani, a joia”. Ou seja, “A Suprema Joia do Discernimento”.
E como a palavra Mani também significa a joia oculta no coração (o atman, a essência espiritual imperecível), pode-se traduzir o sentido real da obra de Shankara  assim: “O Discernimento Supremo Que Mora na Joia do coração Espiritual”.
Resumindo: na verdade, além do nome do livro, trata-se de um poderoso mantra evocativo da atmosfera espiritual dos rishis (sábios) que inspiraram “Os Upanishads”, o trabalho de Shankara e os elevados valores conscienciais do Vedanta.
 
 
 
FILHOS DE MANITU – IV*
 
Os animais têm sua origem no mesmo lugar de onde surgem todos os seres: o Coração do Grande Espírito.
É de lá que eles vêm… E é por isso que nos encantam: são pedacinhos vivos de Manitu**. São filhos d’Ele! E, assim como nós, também são centelhas vitais da Grande Luz que está em tudo.
E quem cuida de algum desses bichinhos, está cuidando de mais um Ser forjado no Grande Amor.
Quem tem um animalzinho desses em casa, na verdade, ganhou um presente do Grande Espírito.
Pois recebeu d’Ele, por empréstimo, um pedacinho vivo da natureza.
E que responsabilidade é cuidar de um filhinho de Manitu
E o recado de hoje é esse: quem tem um bichinho em casa, que cuide direito do seu presente.
Que, na infância ou na velhice deles – e também na saúde ou na doença -, cada um cuide bem, com carinho e responsabilidade, dos filhinhos de Manitu.
E que, se possível, ore aos guardiões espirituais deles, para que eles sempre orientem para o melhor…
E, assim, que o homem, irmão mais velho, cuide dos bichinhos do Grande Espírito. E ganhe sabedoria e compreensão.
Que os ame e seja amado por eles, e sinta-se feliz com o presente.
E, na hora da partida deles, que o homem ore, não pelos bichinhos, que são cuidados por seus guardiões espirituais e levados ao plano espiritual para seguirem seus caminhos, mas, por si mesmo, para aguentar seguir a vida sem o presente junto…
Que ore ao Grande Espírito, pedindo inspiração e alegria para continuar com sua vida em paz… E que saiba que os bichinhos continuam vivos nas pradarias celestiais e, muitas vezes, o visitam.
E, em outros momentos, até mesmo o protegem espiritualmente, sob o comando dos guardiões extrafísicos. Porque, aquele que ama os bichinhos, também é muito amado pelos Seres celestes.
Então, para todos aqueles que sabem que os bichinhos são presentes de Manitu, eu deixo uma saudação de irmão nativo: HOW!
E que o Grande Espírito abençoe a todos.
 
Mitakuye Oyasin!***
           
Black-White Snow**** –
            (Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 24 de Junho de 2011.)
 
            – Notas:          
*As três partes anteriores desse texto estão postadas no site do IPPB – www.ippb.org.br  -, e podem ser acessadas nos seguintes endereços específicos:
Parte I – http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=61:36-filhos-de-manitu&catid=31:periodicos&Itemid=57 
Parte II – http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10060:1032-filhos-de-manitu-ii&catid=31:periodicos&Itemid=57 
Parte III – http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10061:1032-filhos-de-manitu-iii&catid=31:periodicos&Itemid=57  
** Manitu: designação que os índios algonquinos, dos EUA, dão a uma força mágica não personificada, mas inerente a todas as coisas, pessoas, fenômenos naturais e atividades. Ou seja, o Grande Espírito.
*** Mitakuye Oyasin: expressão de saudação dos índios Sioux, dos EUA.
           
 
 
 
**** Black-White Snow é um xamã pele-vermelha desencarnado que aparece ocasionalmente para mim. É um grande manipulador de energias e conhece bem a arte das experiências fora do corpo, além de ser dotado de um bom humor contagiante.
            Obs.: Para os leitores que gostam de temas xamânicos, sugiro uma visita ao site do nosso amigo Vítor Hugo França (participante do Grupo de Estudos e Assistência Espiritual do IPPB – e responsável pela parte administrativa), que faz um trabalho de esclarecimento muito bom nessa área. O endereço do mesmo é www.vozdoselementos.com.br 
 
 
 
 
UMA VIAGEM ESPIRITUAL SOBRE AS ONDAS DO MAR
(Dançando com a Mãe Iemanjá e os Golfinhos de Luz)
 
Foi no Astral, fora do corpo*, sobre o mar, que eu a vi.
            Ela saiu do meio das ondas e dançou na minha frente…
            E os golfinhos, querendo brincar, vieram atrás d’Ela.
            Então, Ela me disse: “Que bom que você está aqui!
            Está na hora de você falar aos homens sobre os golfinhos de Luz.
            Esses seres queridos vêm ajudando a limpar a dor do mundo.
            E eles, naturalmente, são dotados de grande vibração e alegria.
Por isso, diversos grupos de benfeitores espirituais usam suas energias.
E há diversas colônias extrafísicas sobre o mar ligadas a eles.
Enquanto eles nadam e brincam, suas auras se expandem…
E os guias espirituais aproveitam suas energias nos trabalhos de cura.
Sim, eles projetam os seus eflúvios nos espíritos doentes e carentes de Luz.
Muitas entidades são levadas sobre o mar e, ali, são tratadas junto aos golfinhos.
Porque elas são muito densas para serem levadas diretamente aos planos sutis.
E não recebem apenas energias, mas, também, a alegria e vibração deles.
Foi por isso que, certa vez, você viu um grande campo de energia sobre o mar.
Os guias de Luz sabem trabalhar com eles – e os respeitam muito.
Meu filho, fale aos homens sobre esse lindo trabalho desses seres queridos.
E pense neles na hora de dormir… Sintonize a sua Luz com a deles.
E viaje, em espírito, até as colônias espirituais, sobre o mar.
Então, lá, os guias de Luz o levarão até eles, sob a minha proteção.
E você os verá melhorando os espíritos doentes – e se admirará com isso.
E verá que a assistência espiritual é incondicional e não tem fronteiras.
Deus está em tudo! E os golfinhos são avatares da alegria e da cura.
E hoje, sob a luz da lua cheia, eu lhe dou essa missão: fale deles aos homens.
Porque, assim, outros trabalhadores também sintonizarão com eles.
E novas conexões espirituais serão formadas, para benefício do mundo.
Agora, vá! Retorne ao seu corpo e lembre-se de tudo. E escreva, com Fé e Luz.
E seja sempre igual aos golfinhos de Luz: alegre e cheio de vibrações positivas.”
Então, eu voltei e fiz o que Ela me ordenou: escrevi essas linhas.
E sei que posso até ser criticado por isso, mas não sou de vacilar na senda.
Sou mais a Luz d’Ela, que sempre me protegeu – e a alegria dos golfinhos.
Ela, Iemanjá**, a Rainha do mar, que me encheu de Luz novamente.
Ela, que é Vida e Compaixão – a quem eu agradeço, de coração.
Na Fé. Na Luz.
 
P.S.:
Ao escrever essas linhas, ainda sinto às vibrações d’Ela.
E a alegria dos Golfinhos de Luz.
E eu me sinto muito honrado por esse encontro espiritual.
Acima de nós, a lua cheia; embaixo, o mar e suas ondas de vida.
E, no meio, Ela e eles; e o meu coração, admirado.
Ah, certas coisas não têm preço.
Um encontro espiritual como esse é uma dessas coisas.
E eu sou só gratidão.
 
 
(Ao passar essas linhas a limpo, me bateu uma saudade danada da música “Azul da Cor do Mar”, do grande Tim Maia. Então, peguei um CD dele que tem essa canção e coloquei-a para tocar. E fiquei escutando-a, emocionado e admirado pelas coisas legais que rolam por aqui. Seguem-se abaixo dois links do site do Youtube com essa linda canção):
– Tim Maia – “Azul da Cor do Mar” –
http://www.youtube.com/watch?v=KSH045Brl3U&feature=related 
– Tim Maia – “Azul da Cor do Mar” (ao vivo – performance espetacular) –
http://www.youtube.com/watch?v=upzR6IGkZWU&feature=related 
Depois, também lembrei-me de um disco antigo do grupo afro-brasileiro “Os Tincoãs” (da década de 1970). Peguei o vinil e coloquei para tocar. E no meio da noite silenciosa da grande metrópole de aço e concreto, que me hospeda por um tempo de vida, eu deixei rolar baixinho no som o velho canto da África-Brasil evocando as coisas de Iemanjá. Seguem-se abaixo quatro links do site do Youtube com as lindas canções dessa saudosa banda do interior baiano:
– Os Tincoãs – “Canto pra Iemanjá” –
http://www.youtube.com/watch?v=fhRsPfqam-E&feature=related 
– Os Tincoãs – “Na Beira do Mar” –
http://www.youtube.com/watch?v=galKVC6BieI&feature=related 
– Mateus Aleluia (único remanescente ainda encarnado dos Tincoãs) – “Lamento às Águas” – http://www.youtube.com/watch?v=O0bV64bb8Vk 
– Mateus Aleluia e Thalma de Freitas – “Cordeiro de Nanã” –
http://www.youtube.com/watch?v=XqPWV0M8B-o&feature=related
 
Axé!***
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – aprendiz dos Golfinhos de Luz.
São Paulo, 07 de março de 2012.
 
            – Notas:
* Projeção da consciência – é a capacidade parapsíquica – inerente a todas as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.
Sinonímias: Viagem astral – Ocultismo.
Projeção astral – Teosofia.
Projeção do corpo psíquico – Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo – Parapsicologia.
Viagem da alma – Eckancar.
Viagem espiritual – Espiritualismo.
Viagem fora do corpo – Diversos projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual) – Espiritismo.
Arrebatamento espiritual – autores cristãos.
** Iemanjá: no Brasil, Iemanjá está associada ao mar, embora na África esteja mais vinculada à desembocadura dos rios. Nas lendas africanas ela é tida como filha de Olokum, deusa do mar, Mãe que criou muitos Orixás.
Na Bahia, as festas se realizam no dia 02 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, com repercussão nacional. Seus instrumentos são o abebé cor de prata e uma espada. Sua saudação espiritual é “Odoiyá!”
            Obs.: Seguem-se abaixo cinco links para outros textos meus alusivos a Iemanjá (postados no site do IPPB – www.ippb.org.br):
            “Iemanjá – A Mãe do Amor na Cachoeira dos Olhos” – http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10239:iemanja-a-mae-do-amor-na-cachoeira-dos-olhos&catid=138:ultimos-textos-postados&Itemid=271   
“Bahia – nas Graças de Oxalá” – http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9568:990-bahia-nas-gracas-de-oxala&catid=138:ultimos-textos-postados&Itemid=271    
“O Brilho de Krishna nas Águas de Iemanjá” – http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4959&catid=31:periodicos&Itemid=57   
“Prece Para Iemanjá” –
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10147:1045-prece-para-iemanja&catid=31:periodicos&Itemid=57 
“Prece Para Iemanjá – Parte II” –
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10717:prece-para-iemanja-ii&catid=138:ultimos-textos-postados&Itemid=271 
*** Axé – expressão afro-brasileira significando a força vital; energia; alto astral.
 
 
 
 
POR TUDO O QUE SOMOS – E SEREMOS…
 
Pelos valores espirituais que esposamos…
Pelo Poder Maior que nos trouxe até aqui, hoje…
Pelos amparadores extrafísicos que nos guiam na senda…
Por nossos sonhos e nossas melhores aspirações conscienciais…
Vamos fazer valer a pena!
 
Pelas energias de nossos chacras ativados por um Bem Maior…
Pelo brilho das estrelas em nossos olhos…
Por nossos corações e pelo Amor mais lindo de todos…
Vamos fazer valer a pena!
 
Pelos voos de nossos espíritos…
Pelos Magnos Ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade…
Por nossos ancestrais e por nossos filhos…
Pelo amor que sentimos…
Vamos fazer valer a pena!
 
Por tudo o que somos – e seremos…
Pelos nossos melhores potenciais…
Pela Força do Divino em nós…
Pela Luz que anima os nossos corações…
Vamos fazer valer a pena!
 
Por nossos amigos reais – que são irmãos de jornada…
Por nossos animais de estimação – também irmãos de jornada…
Por aqueles que amamos – e que nos honram com seu amor…
Vamos fazer valer a pena!
 
Por estarmos aqui, em espírito e verdade…
Por obra e graça de um Grande Amor, que nos arrebatou…
Por causa d’Ele, o Grande Arquiteto Do Universo…
Ah, vamos fazer valer a pena!
 
P.S.:
Somos espíritos!
E, por todas as nossas relações,
Na Terra, ou no Astral,
Dentro ou fora do corpo,
Vamos fazer valer a pena!
Porque, quando a alma não é pequena, tudo vale a pena!
E viver vale muito…
Então, vamos fazer valer a pena!
E que assim seja!**
 
(Dedicado aos meus amigos da cidade de Salvador, a bela capital baiana, terra dos Orixás e do Axé, onde sou sempre muito bem recebido.)
 
 
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – neófito da vida e do Todo…
Salvador, 21 de janeiro de 2011.
 
– Notas:
* Escrevi esse texto dentro de um carro, enquanto me dirigia para o auditório do Hotel Vila Velha, no Corredor da Vitória, em Salvador, onde estava realizando o curso “A Energia dos Animais”. Sob a inspiração do Alto, fiz esses escritos de impulso. E, embora o texto tenha sido direcionado para a turma do curso, penso que sua leitura será útil para outros grupos de estudantes espirituais. Então, estou disponibilizando-o em aberto para todos. E peço ao Alto que permeie essas linhas com aquela Luz Maior, para benefício de todos os leitores.
** Enquanto eu passava essas linhas a limpo, rolava aqui no som o belo CD “Dream Maker” – do tecladista new age inglês Philip Chapman – Importado – England. Trata-se de um trabalho muito inspirado, excelente para relaxamento, massagem, meditação e momentos de prece e recolhimento.

OLHO DE MAAT – II*
(Texto Postado Originalmente Numa Lista Particular de E-mails)
 
Pessoal, recebi hoje um texto muito legal e vou compartilhá-lo logo com vocês.
Trata-se de alguns apontamentos conscienciais sobre Maat, a Deusa da Justiça na cosmogonia egípcia clássica, passados por um mentor do Grupo dos Iniciados – em parceria com o mentor Sanat Khum Maat.
E o lance rolou de forma surpreendente e maravilhosa…
Hoje, quando despertei, lembrei-me de Sanat Khum Maat.
E, quando é assim, é algo que já está preparado com antecedência no plano extrafísico – e que, posteriormente, tem sua realização anímico-mediúnica no plano físico.
Eu estava preparando uma bolsa de gelo para aplicar no meu pé machucado (que já está quase bom, mas ainda necessitando de cuidados), quando tive a intuição de que estava para rolar algo… Então, fui para o quarto e sentei-me no sofá. Coloquei uma cadeira em frente com uma almofada e apoiei o pé na bolsa de gelo em cima dela.
Fiquei ali e fechei os olhos, procurando sintonizar extrafisicamente o que estava rolando (ao mesmo tempo, coloquei para rolar no som um CD da banda australiana de world music Dead Can Dance).
Então, dois espíritos se apresentaram diante de mim: Sanat Khum Maat e um dos hindus do grupo extrafísico dos Iniciados. E, para minha surpresa, ao lado desse hindu estava um filhote de golfinho. E eu fiquei maravilhado com isso.
Porque o bicho se movimentava no quarto como se estivesse nadando numa espécie de membrana extrafísica. E fazia isso cheio daquela alegria característica dos golfinhos – mais parecia uma criança brincando. E, depois, ele passou a se movimentar por todo o apartamento…
E eu, ali, maravilhado, pois, em diversas ocasiões, vi vários animais extrafísicos junto com os amparadores, mas não tinha visto um golfinho assim tão de perto – ainda mais no meu ambiente.
Perguntei aos mentores: ”Esse golfinho é encarnado e está projetado fora do corpo aqui no meu quarto, ou ele é desencarnado?”
E Sanat Khum Maat me disse: “O que você acha? Pesquise e observe mais essa vibração dos golfinhos. Eles são seres especiais e ótimos doadores de energia e alegria – e você já teve experiências com eles. Nós não vamos esclarecê-lo sobre isso, por enquanto, justamente para que você mesmo ache a sintonia certa e desenvolva um trabalho em cima disso.”
E, enquanto esse bichinho maravilhoso nadava aqui no duplo extrafísico do apartamento, Sanat perguntou-me se eu poderia receber um texto dele e do hindu, visando o esclarecimento consciencial dos trabalhadores e estudantes espirituais, de todas as linhas.
Então, peguei caneta e papel e escrevi as linhas que vocês lerão logo abaixo…
E, na sequência, vim aqui para o computador editar os escritos e narrar o lance interplanos, enquanto ainda está quentinho em meu coração.
E eu agradeço muito a presença desses amigos espirituais – e também do golfinho astral -, aqui em meu lar. E sei da responsabilidade de lidar com algo assim.
Como sei, também, que tudo isso não rola à toa e tem seus motivos espirituais, que só o Grande Arquiteto Do Universo é que sabe realmente.
Bom, dito tudo isso, vamos ao texto que eles me passaram, que está permeado por aquela profundidade consciencial típica dos iniciados e servidores da Luz Maior.
(Embora o texto não seja meu, tomo a liberdade de dedicá-lo ao meu amigo Wladimir, que muito me ajudou nos dias em que eu não podia pisar direito, apoiando-me, não só fisicamente, mas, também, com sua amizade leal e verdadeira.)
 
                                               * * *
 
 
 
 
Irmão, o Olho de Maat** a tudo vê!
Pois nada escapa à percepção celeste.
O engano e má intenção são detectados pelo Alto, antes mesmo de surgirem na mente de seu perpetrador. E assim é para tudo o que o Ser engendrar em seu mundo íntimo…
Maat conhece a todos os corações e sabe o que é emoção escamosa e o que é sentimento verdadeiro e baseado na Luz.
Ela registra no Livro da Vida Universal a trajetória do Ser em sua jornada multirreencarnatória…
Muitas vezes, diante das ações virtuosas levadas a cabo pelo Ser que desperta a consciência, Ela sanciona a anistia de seus débitos cármicos*** antigos.
Então, o Carma é transformado nas luzes do trabalho sadio e na regeneração dos passos na ascese evolutiva…
Por sua ação equânime em todos os planos de manifestação, Maat pode diluir uma severa repercussão cármica e transformá-la apenas em dor passageira e suportável. Ou seja, Ela faz o Ser emergir das cinzas cármicas para a eclosão da Luz em sua senda…
Outras vezes, Ela faz a própria dor acontecer na prova do Ser, para ensiná-lo as artes da humildade e da paciência.
Ela é equânime e portentosa, serena e amorosa, e a Mãe Ísis**** incumbiu-a de zelar pela ascese evolutiva dos iniciados espirituais.
Portanto, que os trabalhadores espirituais meditem sobre os motivos reais que os guiam na senda… Pois, honrando sua jornada, na verdade, estão transformando antigos escolhos cármicos de seu passado em lindas atitudes virtuosas no presente.
 
                                               * * *
 
Que não haja vergonha em seus corações, mas, sim, trabalho sadio e vontade de crescer e de ser útil ao Alto.
Que os seus estudos e procedimentos sejam equânimes e serenos, mesmo diante das provas do caminho…
Que não se deixem abater pelas pressões do mundo – e nem pelas maledicências perpetradas contra o seu progresso consciencial.
Que, na balança do Eterno, os trabalhadores da Luz confiem em Maat.
Pois essa é missão alquímica que a Mãe Divina lhe deu: ajudar os iniciados espirituais na transformação de suas cinzas cármicas em atitudes virtuosas no seio do mundo.
 
                                               * * *
 
Maat sabe o que cada coração carrega… E, com sua sabedoria e equânimidade, ajuda os iniciados na longa travessia das existências seriadas, na Terra ou em outros orbes.
Muito embora Ela seja conhecida nas tradições herméticas como a Deusa da Justiça, na verdade, Ela é puro Amor.
Ela é a Senhora dos caminhos equânimes e serenos…
E é por sua graça que os iniciados transformam suas provas acerbas em lições conscienciais valiosas e tesouros espirituais em seus corações.
Pedimos, então, aos estudantes e trabalhadores espirituais que orem a Maat, para que Ela os guie serenamente…
 
                                               * * *
 
 
 
 
Maat sabe quem é da Luz!
Portanto, que os homens de boa vontade permitam que o Seu Amor opere em seus corações a arte da transmutação consciencial – levando-os das cinzas para a Luz.
 
Salve, Maat, Senhora da equânimidade e da Serenidade!*****
Paz e Luz.
 
Os Iniciados e Sanat Khum Maat****** –
 
– Notas:
* A primeira parte desse texto está postada no site do IPPB, no seguinte endereço específico:
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=471:268-olho-de-maat&catid=31:periodicos&Itemid=57
** Maat – na cosmogonia egípcia clássica é a deusa da justiça; por metáfora, muitas vezes ela é representada por um par de asas (ou apenas uma pena de ave), simbolizando que Ela paira acima do mundo, atenta a todas as coisas que os homens pensam, sentem e fazem em suas vidas.
*** Carma – do sânscrito Karma – ação; causa – é a lei universal de causa e efeito – Tudo aquilo que pensamos, sentimos e fazemos são movimentações vibracionais nos planos mental, astral e físico, gerando causas que inexoravelmente apresentam seus efeitos correspondentes no universo interdimensional.
Toda ação gera uma reação correspondente; toda causa gera o seu efeito correspondente. Logo, obviamente não há efeito sem causa, e os efeitos procuram naturalmente as suas causas correspondentes.
A esse mecanismo universal os hindus chamaram carma. Suas repercussões na vida dos seres e seus atos podem ser denominados de consequências cármicas.
**** Ísis – a Grande Mãe na cosmogonia egípcia antiga, esposa de Osíris e Mãe de Hórus. Era considerada a madrinha dos iniciados nos grandes arcanos espirituais. E sobre isso escrevi um texto há alguns anos – “No Fogo do Espírito, Face a Face com o Invisível” -, que pode ser acessado no site do IPPB, no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5533:828-no-fogo-do-espirito-face-a-face-com-o-invisivel&catid=31:periodicos&Itemid=57 
***** O CD do Dead Can Dance que estava tocando na hora do lance é o “A Passage in Time” – coletânea importada de sucessos da banda.
****** Os Iniciados – grupo extrafísico de espíritos orientais que opera nos planos invisíveis do Ocidente, passando as informações espirituais oriundas da sabedoria antiga, adaptadas aos tempos modernos e direcionadas aos estudantes espirituais do presente.
Composto por amparadores hindus, chineses, egípcios, tibetanos, japoneses e alguns gregos, eles têm o compromisso de ventilar os antigos valores espirituais do Oriente nos modernos caminhos do Ocidente, fazendo disso uma síntese universalista. Estão ligados aos espíritos da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Segundo eles, são “iniciados” em fazer o bem, sem olhar a quem.
Sobre o mestre extrafísico Sanat Khum Maat, favor ver o texto 139 – postado pelo site do IPPB no ano de 1999, onde revelo alguns detalhes sobre sua presença espiritual -, no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=3194.
Há outros textos dele postados na seção de textos periódicos do site enviados semanalmente – www.ippb.org.br. Devido à profundidade de seus apontamentos, é um dos mentores mais queridos dos leitores, que, frequentemente, enviam e-mails pedindo mais textos de sua autoria espiritual. 
(A coletânea de textos espirituais de Sanat Khum Maat está publicada em meu oitavo livro: “Ensinamentos Extrafísicos e Projetivos”, lançado pela Editora Madras, em 2005 – o livro pode ser encontrado nas livrarias e também pode ser adquirido diretamente no IPPB, ou por telefone, e ser enviado pelo correio).
Obs.: Para enriquecimemto desses escritos de hoje, posto na sequência um outro texto de Sanat Khum Maat sobre Maat, extraído do meu livro “Viagem espiritual – Vol. III”.
 
MAAT
 
Para os iniciados hindus, o trabalho espiritual é a mais elevada realização da alma encarnada; para os chineses é o puro equilíbrio das ondas de Chi na manifestação humana; para os tibetanos é a mais pura devoção e disciplina; para os gregos é a manifestação da arte espiritual na Terra; para os espiritualistas ocidentais é a ascensão espiritual pela via do dinamismo e da modernidade.
Contudo, para os iniciados egípcios (tanto os de agora, como os de antanho), a opção do trabalho espiritual está nas mãos de Maat, a Deusa da Justiça.
Pois é Ela quem opera sutilmente no campo espiritual do coração, DOCEMENTE, com GRANDE HABILIDADE, as disposições vibratórias que norteiam a alma em sua rota evolutiva.
É Ela quem movimenta os ventos da justiça cósmica nos recônditos da alma, levando-a aos necessários voos espirituais de crescimento.
É por sua ação equânime e singela que a alma envolvida nas provas terrestres é atraída invisivelmente para as pessoas e para os “círculos espirituais” apropriados para seu progresso.
É Maat quem dá asas espirituais ao discípulo, para que ele empreenda os grandes voos do conhecimento.
 
***
Pedimos aos trabalhadores espiritualistas que sejam equânimes e singelos em seus objetivos e em suas atitudes, pois, assim, atrairão as vibrações de Maat e, por conseguinte, com paciência e destreza, a dissolução dos climas opacos que ensombreiam os belos horizontes da caminhada espiritualista da alma na Terra.
 
***
Para vencer as vibrações perniciosas (internas ou externas), proceda da seguinte maneira:
* Concentre-se mentalmente (de forma objetiva, lúcida, sem fantasias ou subterfúgios emocionais) no nome de Maat.
* Ao mesmo tempo, visualize uma pena de ave (luminosa, energética*) flutuando à sua frente. Imagine firmemente que ela foi enviada por Maat em seu auxílio, para estabilizar suas energias.
* Opere assim, por alguns minutos, e reverta o negativo em positivo, como deve ser.
* Seja Luz!
 
Sanat Khum Maat
            (Recebido espiritualmente por Wagner Borges – Texto extraído do livro “Viagem Espiritual – Vol. III” – Editora Universalista.)
 
– Nota:
* Por vezes, a figura mental da pena pode transformar-se em uma pequena chama –  ou até mesmo na figura inteira de uma ave.
 
 
 
 
INSPIRAÇÃO E VIDA: A MÚSICA DO GRANDE ESPÍRITO
 
            O som tonitroante do Grande Espírito* varre os estilhaços da noite escura do ego dos homens…
            Faz a criança interior rir…
            Faz o coração viajar nas asas do Amor…
            Faz o vento da Sabedoria arejar as consciências…
            Faz a Luz descer aos abismos tenebrosos, para que até mesmo os seres sombrios sejam agraciados com toques de Paz…
            Faz os anciões olharem para as estrelas, com lágrimas de admiração…
            Faz as mãos dos curadores se transformarem em pequenos sóis…
            Faz o espírito da águia arrebatar o sofrimento dos corações e levá-los para o Alto, pelo poder de transformação do Amor…
            Faz o espírito do golfinho nadar e pular por entre os planos, levando alegria a todos os seres…
            Faz o espírito da coruja olhar a verdade de cada coração e, em silêncio, comunicar a Sabedoria do Eterno…
            Faz o espírito do corvo trazer a mensagem dos amigos espirituais, que hoje viajam pelas pradarias celestes…
Faz o espírito do sol brilhar na noite escura da ignorância…
Faz o espírito da lua inspirar a suavidade das meditacões…
Faz acontecer o Amor mais lindo de todos…
Ah, o som tonitroante do Grande Espírito é a matriz da música…
E, quando o coração sintoniza a Luz, escuta o grande murmúrio criativo em todos os lugares…
Esse som, que nasce no silêncio do Eterno e que vibra nas batidas do tambor, voa nos toques da flauta, e se expande nos teclados, é o mesmo som das batidas do Grande Coração d’Ele, o Grande Espírito.
É o Om… É o Axé… É o Amém… É o How!
É a leveza que alivia o fardo…
É o abraço sutil d’Ele em cada Ser…
É aquilo que não se explica, só se sente…
 
P.S.:
O Pai-Primeiro é o Grande Xamã!
Ele é o Grande Curador e Senhor de todas as trilhas…
Ele é o Grande Concertista Cósmico, que só se revela à criança interior…
Ele, o Ancião dos Dias, que criou o espírito da música e ordenou-lhe que descesse entre os homens, para inspirá-los na jornada…
Sim, Ele, que criou a sinfonia da vida universal e o som das esferas…
Ele, que brilha mais do que todos os sóis juntos e que mora no coração de todos os seres… O Grande Espírito, que faz acontecer o Amor mais lindo de todos.
O tambor… A flauta… O teclado… O homem…Tudo é música d’Ele.
E toda cura é d’Ele, o Pai-Primeiro.
Ele, a quem todos nós agradecemos…**
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 27 de novembro de 2011.
 
 
 
– Nota:
* Grande Espírito – na cosmogonia xamânica dos diversos povos indígenas é o Poder Gerador da Vida; O Pai-Primeiro; Manitu (chamado assim pelos índios algonquinos, da América do Norte); Tupã; o Todo; Deus.
** Esses escritos foram feitos no IPPB, durante uma apresentação musical dos meus amigos Aurio Corrá e Vitor Hugo França. Enquanto eles realizavam o show new age/xamânico (e encantavam o público presente), eu procurei captar o clima espiritual do momento e registrei o que o meu coração sentiu. E, depois, li o texto para as 80 pessoas presentes, ainda sob a emoção do lance.
Finalizando esses escritos, deixo um outro texto na sequência, que me veio à memória, sei lá porque…   
 
 

VIAGEM ESPIRITUAL NO RIO DE ESTRELAS DE UMA CRIANÇA
 
Na quietude do meu ambiente, na calada da madrugada, após uma irradiação de energias a favor da humanidade, surgiu um espírito chinês e disse-me o seguinte:
Minha criança, sua casa está cheia de vibrações salutares. É hora de escrever aquela canção. A melodia do chi* guiará seus escritos. A luz dança com o coração amigo. Esteja pleno, íntegro de sua própria espiritualidade. Faça a canção e agradeça ao Tao**.
Inspirado por ele, pego caneta e papel.
Enquanto escrevo, lembro-me de minhas duas estrelinhas: Heleninha e Maria Luz. Será que elas, um dia, quando adultas, entenderão essa canção feita por seu pai no meio da madrugada, enquanto um espírito chinês ria aqui do lado?
 
                                               * * *
 
No céu dos sonhos,
A criança viu o rio amarelo passando
Dentro do coração.
 
Ele serpenteava por entre as ravinas afetivas…
Até chegar ao mar da tranquilidade.
 
Acima, mil brilhos tocavam o céu.
Ela sorriu e algo mágico aconteceu:
Peixinhos coloridos saíram das águas
E começaram a brincar com ela.
 
Uma terna melodia preencheu o ar
E trouxe o doce som da flauta.
 
No fundo do rio, ela avistava
Bilhões de estrelas brilhando.
 
Quando mergulhava, o rio virava céu,
E ela voava contente.
 
Ao som da flauta, ela via golfinhos e
Galáxias dançando na luz…
 
Ela sonhava e sorria, deslizando nas ondas…
Nadava e voava alegre em meio
Às estrelas e peixinhos coloridos.
 
Ela sabia que era um sonho, mas não ligava.
O importante era estar no coração.
O som da flauta era seu companheiro de viagem…
 
Ela nadava nas águas do coração e voava
No céu da canção.
 
Ali, ela sabia da verdade:
Muitos sonhos não são sonhos,
São viagens e canções espirituais.
 
P.S.:
O mundo continua girando, o tempo segue, e a vida continua, na Terra e além…
Por aqui, enquanto muitos engolfam-se em energias viscosas e atitudes mesquinhas, alguns continuam insistindo em vibrar atmosferas criativas em meio à turbulência dos homens.
Alguns emanam ondas de ódio e cavam o próprio fosso da dor nas ravinas do coração… Enquanto outros emanam ideias espiritualistas, pois é preciso cantar, amar, sorrir e seguir…
 
(Estes escritos são dedicados aos meus pais, que, um dia, sonharam com uma criança em um rio de estrelas. Ao som de uma flauta, eles trouxeram a criança para o mundo, educaram-na e disseram-lhe: “Filho, seja honesto. Faça o bem. Nunca desista de seus objetivos e seja digno naquilo que você escolher!”)
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – eterno aprendiz do Todo…
São Paulo, 12 de abril de 2000.
 
– Notas:
* Chi – do chinês – força vital; energia.
Obs.: Dentro dos ensinamentos taoístas, a força vital é polarizada na natureza das coisas em dois aspectos fenomênicos: o Yin e o Yang, as alternâncias do Chi, as polaridades da energia.
** Tao – do chinês – “O Caminho”; “a essência de tudo”; “O Todo”.
Na verdade, o TAO não pode ser descrito ou explicado por palavras humanas. Por isso, deixo a cargo do sábio Lao-Tzé uma explicação mais apropriada:
“Há algo natural e perfeito, existente antes de Céu e Terra.
Imóvel e insondável, permanece só e sem modificação.
Está em toda parte e nunca se esgota.
Pode-se considerá-lo a Mãe de tudo.
Não conhecendo seu nome, chamo-o TAO.
Obrigado a dar-lhe um nome, o chamaria Transcendente.”

– Lao Tzé – in “Tao Te Ching” – China; século VI a.C.

 
 
 
PRÁTICA DE LUZ E SEMENTES CONSCIENCIAIS
(Quando a Luz Encontra a Luz, da Cabeça aos Pés)
 
– Por Wagner Borges –
 
De olhos fechados, eleve os pensamentos e abra o coração numa sintonia de amor muito profunda; deixe nascer, por dentro, uma manifestação de alegria.
Preste atenção na música*, para que ela seja a trilha sonora dos seus melhores propósitos.
Usando a capacidade da imaginação, visualize, pairando alguns centímetros sobre sua cabeça, uma grande bola de luz dourada.
Essa esfera luminosa está quase encostada no topo de sua cabeça – área do chacra coronário** -, pairando suavemente, como uma bola energética de ouro, linda, grande, sobre a sua cabeça.
Ao mesmo tempo, uma segunda esfera luminosa se forma abaixo de seus pés, como se eles estivessem quase encostados nela.
Ou seja, é uma esfera por cima, e outra esfera por baixo, e você está entre ambas.
Se a cor dourada das esferas mudar, pode deixar. O importante é que as mesmas sejam brilhantes e cheias de vivacidade e pulsação energética.
Imagine que você recebe o som da música pelas duas esferas: o som atravessando a esfera de cima e entrando pelo topo da cabeça; e o som atravessando a esfera de baixo e entrando pelos seus pés.
Leve agora a atenção para a região peitoral; visualize uma terceira esfera – que está dentro do seu peito.
Então, interligue a luz da esfera do centro peitoral com as outras duas esferas, irradiando-a, por dentro, do peito para cima – atravessando a região peitoral, o pescoço e a parte interna da cabeça, até chegar à esfera lá de cima -, como se, do peito, jorrasse a luz para cima; como se toda parte de cima do tórax se iluminasse intensamente, para se encontrar com a esfera do alto.
E, ao mesmo tempo, da mesma esfera de luz peitoral, desce um fluxo de luz para baixo – atravessando a barriga, o ventre e os pés, até chegar à esfera de baixo.
Ou seja, a mesma esfera peitoral interna jorra luz para cima e para baixo, para se encontrar energeticamente com as duas esferas de fora.
Preste atenção nas duas correntes luminosas: uma que sobe e outra que desce. À medida que essas correntes vão fluindo, todo o seu corpo vai se tornando luz.
Do peito para baixo, luz; do peito para cima, luz.
Então, o interior do seu corpo vai se diluindo na luz e você já não percebe mais a esfera peitoral, porque a luz foi para cima e para baixo e se espalhou como um todo. O corpo inteiro virou luz.
E, finalmente, imagine que o brilho desse corpo de luz se propaga suavemente, crescendo, e a aura irradiando uma atmosfera psíquica sadia.
Sem que você faça força alguma para isso, irradie a luz tranquilamente; pense na sua família e na sua casa; pense nos animais de estimação que moram com você e até mesmo nas plantinhas de seu ambiente. Que qualquer ser que esteja na área, físico ou extrafísico, melhore com essa luz que emana de você suavemente…
Pense nos seus pais, mesmo que eles já estejam morando “do lado de lá”, no plano extrafísico; pense neles e agradeça-os, pois permitiram que você viesse à vida carnal, para aprender e crescer.
Pense nos mentores espirituais, que tanto inspiram os homens e ajudam a todos, simplesmente, sem cobrar jamais nada em troca.
Pense, também, na grande massa humana que vive no planeta Terra – seus companheiros de jornada planetária -, que se arrasta pela vida sem outros horizontes… E naquela outra massa, desencarnada, que também se arrasta além vida, em outros planos vitais…
Preste atenção na música e imagine que ela também irradia luz, que segue para todos os seres, por esse mundão de Deus…
De coração, agradeça ao Grande Arquiteto Do Universo, por tudo.
Fique bem. E seja feliz.
 
P.S.:
Esses escritos são a transcrição de uma prática espiritual realizada com um grupo de alunos, durante o curso “Luz e Sementes Conscienciais”, realizado no salão do IPPB.
 
Paz e Luz.
 
(Texto extraído do livro “Flama Espiritual” – Wagner Borges – Edição Independente – 2007).
 
– Notas:
* O CD que estava rolando no som era o maravilhoso “Faces of the Christ”, da tecladista new age americana Constance Demby. Trata-se de um trabalho de space music que evoca a atmosfera do amor do Cristo. Sempre que escuto esse disco sinto um toque de amor vibrando no coração.
** Chacra Coronário – é o centro de força situado no topo da cabeça, por onde entram as energias celestes. É o chacra responsável pela expansão da consciência e pela captação de ideias elevadas. É também chamado de chacra da coroa. Em sânscrito o seu nome é “sahashara”, o lótus das mil pétalas. Está ligado à glândula pineal.

ESTRELAS NOS OLHOS – FOGO DO ESPÍRITO II*
 
No centro da noite eu escuto um sussurro em meu coração.
Algo invisível desce do céu e me convoca para escrever.
Tranquilo, atendo ao chamado e abro minha mente ao Alto.
Então, uma luz entra em mim… Como um Fogo do Espírito.
E eu, mesmo no mundo, me torno médium da atmosfera celeste.
Não sei como ou por que; só sei que é preciso escrever…
E que palavras serão essas, que só o céu sabe dizer?
E que amor é esse, que nada diz, mas tudo transforma?
E que fogo é esse, que ama, mas não abrasa?
E essa luz, que ilumina sem ofuscar e diz tanto, sem falar?
Ah, poeta! O fogo do céu está aqui.
E eu não sou mestre de nada, nem de mim mesmo; sou só betume.
Mesmo assim, entrego-me ao Grande Amor, como você fez.
E que Ele guie minhas mãos e meu coração, como um lírio do campo.
Como a sarça ardente iluminando a noite escura dos homens.
 
* * *
 
Jesus era lindo como uma manhã ensolarada.
Como um pedacinho do céu entre os homens.
Veio de forma simples e generosa, no seu natural.
Ele calçava sandálias, mas deixava pegadas de estrelas.
Seu sorriso era franco e seu olhar tinha o brilho do Espírito.
Mais do que na aparência, Ele olhava o coração dos homens.
Ele via a luz de cada um, sem máscaras, em espírito e verdade.
E tudo compreendia. A todos amava. As crianças e os animais o adoravam.
E, Ele mesmo, parecia uma criança, sem malícia, e cheio de lindos sonhos.
Ah, Ele gostava de tomar banho de chuva e brincar com os espíritos da natureza.
O vento o atendia, e Ele girava, dançando e cantando na língua dos devas.
E quem diria que ali estava um pedacinho do céu em forma de homem?
E como Ele aguentava tanto amor em seu coração?
Ah, poeta! Você, com seus grandes olhos, pode me ensinar sobre isso?
Você, que tanto amou, e enxergou na noite o que poucos viram.
Sei que palavras não dizem muito disso, por isso olho em seus olhos.
Mesmo em planos diferentes, eu vejo você, pois também enxergo na noite.
E em seu olhar, eu vejo o d’Ele, olhando a nós dois, no mesmo amor.
E o pó de estrelas cai entre nós, por obra e graça d’Ele…
E os homens não veem; muitos choram, por dentro, perdidos na noite das ilusões. E aqui, no centro da noite, o doce olhar d’Ele é sarça ardente em nós.
E eu não sei mais o que dizer, meu amigo. Só vejo os seus olhos brilhando na noite… E o olhar d’Ele no seu, no silêncio que diz tudo, dentro do coração.
Ah, poeta, grande místico! O amor fez os seus olhos se tornarem sóis.
E eu, aqui na Terra, vejo o seu brilho por entre os planos, por obra e graça d’Ele.
E o olhar d’Ele no seu, no silêncio que diz tudo, dentro do coração.
O pó de estrelas cai… E eu escrevo.
E meus pensamentos abraçam o mundo, por Ele.
Pois eu vejo na noite… O olhar d’Ele no seu olhar e, agora, também no meu.
E tudo vira pó de estrelas… Sim, homens e espíritos, tudo pó de estrelas, d’Ele.
E, talvez, só os lírios do campo é que compreendam isso…
Quando o olhar de Jesus desce sobre o olhar do homem, tudo muda!
A noite escura vira sol e o grande poeta ri, por entre os planos.
E nós nos olhamos, e só vemos o olhar do Rabi, rindo junto e dizendo, mais uma vez: “Olhai os lírios do campo…”
             
P.S.:
Ah, poeta! Meu lar virou sol da meia-noite.
O Fogo do Espírito desceu aqui; e eu sou apenas betume.
Você passou silenciosamente por isso, tantas vezes… E, agora, é a minha vez.
Então, me diga: “Como um pequeno betume aguenta um Grande Amor em seu coração? E que fogo é esse, que arde sem abrasar e faz pensar no Todo que está em tudo?”
E, se as palavras não dizem muito sobre isso, então, deixe-me apenas olhar em seus olhos, de espírito a espírito, para aprender sobre a arte de olhar a vida com o olhar de Jesus, e ver o Divino em cada ser.
 
(Dedicado a Khalil Gibran**). 
 
– Wagner Borges – betume no fogo do espírito.
 
São Paulo, 08 de novembro de 2008.
 
– Notas:
* A primeira parte desse texto está postada no site do IPPB – www.ippb.org.br –, no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=5641.
** Khalil Gibran (1883-1931) – ensaísta filosófico, romancista, poeta e pintor americano de origem libanesa, Gibran – cujo nome completo em árabe era Jubran Khalil Jubran – produziu uma obra literária marcada pelo misticismo oriental, que alcançou popularidade em todo o mundo. Suas obras mais conhecidas são: “O Profeta” e “Jesus – O Filho do Homem”.
 
 
 
HÁ ALGO MAIS… UM AMOR. UMA LUZ – XXXIX*
 
Que calendário poderá marcar a eternidade do espírito?
As vidas passam, as eras se sucedem nos eons e eons de tempo, pessoas e espíritos vão e vêm, mas o que importa é sempre o que fica no coração, em Espírito e Verdade. E isso não se explica, só se sente…
Não é passado ou futuro, é presente de quem sente algo mais…
Um Amor. Uma Luz.
Ah, nada pode matar o espírito – nem o que é real.
Ao longo das diversas vidas, quantos corpos perecíveis ficaram para trás, na poeira do tempo?
E outros mais se seguirão, na longa fieira evolutiva pela qual os seres evolvem e se aprimoram no infinito…
Mas, o SER real é imperecível, eterno e autoluminoso, além de qualquer tempo ou condição. E nenhuma arma pode feri-lo!
É algo mais… Um Amor. Uma Luz.
Nenhuma tumba pode segurá-lo, pois o seu lugar é além do zimbório celeste – sim, o seu lar verdadeiro é muito além, no Grande Coração do Eterno, onde são forjadas as estrelas no fogo do Amor Divino.
Ah, os sentidos do corpo não percebem isso, mas, não há morte, de forma alguma!
A vida segue, além, e os espíritos também, algures…
Enquanto os corpos perecíveis retornam ao seio dos elementos terrestres para sua reciclagem planetária natural, o princípio espiritual, essência real e imperecível, voa pelo Invisível Imanente, de onde veio.
Porque há algo mais… Um Amor. Uma Luz.
E, por isso, as consciências espirituais continuam sua saga cósmica e eterna…
Sim, continuam… Bem vivos!
Ah, eles vivem! Eles vivem! Eles vivem!
 
P.S.:
O passado não pertence a ninguém.
Pois o que passou, passou mesmo…
E o futuro também não pertence a alguém.
Será o que tiver de ser…
Então, qualquer tipo de apego é inútil.
E ansiedade não faz o tempo passar mais rápido.
O que importa é o momento presente, sempre tempo de aprender…
Ah, o Amor é um estado de consciência.
E o agora é sempre! É algo mais… Coisa do coração.
Sim, algo mais… Um Amor. Uma Luz.
 
(Dedicado aos mentores espirituais que há algumas noites me levaram fora do corpo** para assistir à passagem final de um cachorro – da raça pastor alemão -, em uma clínica veterinária. Vi os estertores finais do animal e sua agonia para respirar, e o sofrimento dos seus donos diante da perda de seu companheiro fiel.
Mas vi, também, uma presença extrafísica elevada, sem forma humanóide – eu só via o seu olhar em meio a uma massa de luz viva*** -, que estava ali para dar suporte espiritual invisível. E senti o Amor que ela irradiva serenamente, além de um contentamento interno de estar no raio de ação de suas energias amistosas.
            Então, irradiei energias pelas mãos extrafisicas e fiz uma prece ao Senhor da Vida, pelo bem de todos que ali estavam, humanos e animais.
            Na sequência, quando o cão finalmente desencarnou, e o seu corpo ficou imóvel, tentei ver o seu corpo espiritual**** desprendendo-se de volta para casa, mas nada vi, somente o seu cadáver, que me dava a impressão de ser um boneco frio e duro.
            E também vi os seus donos chorando e fazendo carinho no corpo abandonado*****, e também o veterinário, visivelmente constrangido com a situação, sem saber direito o que dizer para eles.
            Como eu não vi nenhuma luz e nem o cão partindo para o “lado de lá”, olhei para aquela entidade amorosa, que me comunicou, pelo seu olhar lúcido e pacífico, que eu estava ali apenas para ajudar espiritualmente – e que, posteriormente, eu saberia mais sobre o caso.
            E, hoje, enquanto eu escrevia essas linhas, um dos amparadores extrafísicos trouxe o cão aqui em casa. O animal estava tranquilo e brincando em volta dele. E ele não precisou me dizer nada, pois eu compreendi tudo.
            Ah, como eu gostaria de dizer para os seus donos que ele está bem vivo e brincando com os espíritos, lá em cima, na Casa das Estrelas…
            Sim, como eu gostaria que o Grande Arquiteto Do Universo fizesse esses escritos chegarem até eles, de alguma maneira.
            Há algo mais… Um Amor. Uma Luz.
            E os homens e os animais – e também todos os seres -, são centelhas vivas do Eterno. E seguirão bem vivos, sempre…)
           
            – Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma, agradecido ao Todo, por tudo.
São Paulo, 26 de junho de 2012.
 
            – Notas:
* Esse texto fará parte de um novo livro sobre vida após a morte que publicarei daqui a alguns meses (com diversos textos alusivos à temática da imortalidade da consciência).
** Projeção da consciência – é a capacidade parapsíquica – inerente a todas as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.
Sinonímias: Viagem astral – Ocultismo.
Projeção astral – Teosofia.
Projeção do corpo psíquico – Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo – Parapsicologia.
Viagem da alma – Eckancar.
Viagem espiritual – Espiritualismo.
Viagem fora do corpo – Diversos projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual) – Espiritismo.
Arrebatamento espiritual – autores cristãos.
*** Penso que essa entidade superior era um Deva.
Obs.: Deva – do sânscrito – divindade; ser celeste; ser de luz; anjo.
**** Corpo espiritual – Cristianismo – Cor. I, cap. 15, vers. 44.
Sinonímias: Corpo astral – do latim, astrum – estrelado – expressão usada pelo grande iniciado alquimista Paracelso, no séc. 16, na Europa, e por diversos ocultistas e teosofistas posteriormente.
Perispírito – Espiritismo – Allan Kardec, séc. 19, na França.
Corpo de luz – Ocultismo.
Psicossoma – do grego, psique – alma; e soma, corpo. Significa literalmente “corpo da alma” – Expressão usada inicialmente pelo espírito André Luiz nas obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier e por Waldo Vieira, nas décadas de 1950-1960, que atualmente é mais usada pelos estudantes de Projeciologia.
***** Para preservar a privacidade do animal e dos seus donos, não descrevi aqui as suas características. E se esses escritos tiverem que chegar até eles, chegarão! E, em seus corações, eles saberão que o seu bichinho está feliz, algures…
Obs.: Enquanto eu digitava essas linhas, rolava aqui no meu som a bela canção “Harder Shoulder”, trabalho solo de Mark Knopfler (guitarrista e vocalista do Dire Straits), faixa 2 do seu CD “Get Lucky”.
Para quem quiser ouvir essa linda e delicada canção, basta acessar o seguinte endereço específico do site do Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=xqh_N0jBFXM 
ALGO MAIS… UMA LUZ, UM AMOR – V
 
Ah, eles não morreram!
Só voaram para fora de seus corpos…
Como gaivotas de luz.
 
Singraram os céus… De volta para casa.
Rumaram para além da linha do horizonte…
E foram abraçar as estrelas.
 
E lá, nas pradarias celestes, eles estão com o Grande Espírito.
No Grande Coração do Eterno eles olham o mundo.
E sabem da saudade que deixaram.
 
Eles também têm saudades, mas de um jeito diferente.
Porque eles descortinaram um novo horizonte…
E sabem que tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.
 
Ah, talvez o poeta tenha dito isso para eles.
Ou foi o Grande Espírito mesmo, sei lá!
Ou algo maior tocou seus corações… Um Amor, Uma Luz.
 
Assim como tocou o meu coração aqui embaixo.
E eu poderia jurar que eles estão cantando, por entre os planos…
E que sua canção chegou até aqui, no Vento do Supremo
 
Ah, eu nada sei dos mistérios do universo.
Nem tenho nenhuma missão especial ou represento alguma doutrina.
Eu só sei o que sinto em meu coração.
 
Eu poderia jurar que há pétalas de luz caindo aqui…
E que elas vieram da Mão do Ancião dos Dias.
E junto, um sopro vital, cheio de ternura sem igual.
 
Ah, eles não morreram!
E, lá das estrelas, eles olham o bulício do mundo.
E também sentem saudades, mas sem dramas.
 
Eles cantam no Grande Coração do Eterno.
Estão vivos, além da Carne, e o Grande Espírito escuta a canção deles.
Então, ele faz chover as pétalas de luz por entre os planos…
 
E elas descem no mundo, cheias de ternura sem igual…
Para inspirar secretamente aqueles corações que sentem algo mais.
Um Amor. Uma Luz.
 
Para dizer que chega de saudade dolorida.
E que tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.
E que foi o grande Espírito que ensinou isso para o poeta.
 
Ah, eu não sei nada de eventos cósmicos ou de profecias.
Eu só sei dessas pétalas de luz descendo aqui…
E me inspirando a dizer apenas isso: “Eles não morreram!”
 
P.S.:
Um Amor. Uma luz
O que mais posso dizer?
Ah, Grande Espírito, você é o cara!
E essas pétalas de luz são demais.
Sim, tudo vale a pena…
Principalmente escrever tudo isso.
Ainda mais sabendo que outros corações compreenderão…
O que está nas entrelinhas.
Um Amor. Uma Luz.
E que assim seja!
Papai do Céu, valeu.
 
(Dedicado a todos aqueles que perderam seres queridos, desde familiares e amigos, até mesmo os seus animais de estimação. Que as pétalas de luz do Grande Espírito caiam em seus corações e iluminem suas vidas. E que eles jamais deixem de valorizar a vida, porque viver é um presente, seja na Terra ou no Astral.)
 
– Wagner Borges –
São Paulo, 23 de abril de 2010.
 
 
 
 
O AMOR REAL – SER, PRESENÇA E CONSCIÊNCIA
(Transbordando… Em Espírito e Verdade)
 
            “Uma pessoa deve sempre oferecer uma prece de agradecimento pelo amor que despertou no outro.”
 
Muitas pessoas só valorizam um amor quando estão sozinhas.
            Contudo, o amor é transbordante… É um estado de consciência.
            E, nesse mundo transitório, ninguém ganha ou perde nada.
            Porque até a chance de viver e amar vem do Papai do Céu.
            É um presente. Vêm do Coração de Deus ao coração do homem.
            Ah, quem ama, naturalmente transborda…
            E sabe que o amor é maior do que o amante e o ser amado.
            Por isso, não se perde… Pois há uma luz em seu coração.
            E, mais do que um encontro, o amor faz mesmo é um reencontro…
            Faz a luz reconhecer a luz dentro do próprio homem.
            Ensina – não o verbo “ter” -, mas, sim, a SER.
            Quando alguém ama, realmente, dá a si mesmo… O próprio espírito.
            E o seu coração escuta uma canção secreta – a melodia das esferas astrais.
            E isso não cabe em palavras. Aliás, não cabe em coisa alguma.
            E só o Grande Arquiteto Do Universo é que compreende isso.
            No entanto, os poetas tentam dizer algo, mesmo que de forma imperfeita.
            Porque, quem escuta a música das esferas*, quer compartilhá-la…
            E, mesmo com todas as limitações, eles falam do amor que transborda.
            E, assim, transbordam mais ainda…
 
            P.S.:
            O Amor arde sem abrasar…
            Quem ama, sabe.
            É um presente.
            É consciência.
            Não se explica.
Só se sente…
Não é “ter”.
É SER!**
 
(Dedicado aos que compreendem além da limitação das palavras, porque sentem algo a mais… Um Amor. Uma Luz.)
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – tentando SER.
São Paulo, 26 de agosto de 2010.
 
– Notas:
* “Escutai em vós mesmos e olhai no infinito do espaço e do tempo. Lá retumba o canto dos Astros, a voz dos números, a harmonia das Esferas. Cada sol é um pensamento de Deus e cada planeta um modo desse pensamento. Almas! É para conheceres o pensamento Divino que descei e subis penosamente a estrada dos sete planetas e seus sete céus.”
– In Hermes Trismegistro; Sabedoria hermética –
** Certa vez, perguntaram a Paramahamsa Ramakrishna se Deus existia mesmo. Com seu jeito de menino, ele riu e disse o seguinte: “Se até eu e você existimos, por que é que Deus não existiria?”
E, enquanto eu passava essas linhas a limpo, lembrei-me da risada dele e do quanto ele me ajudou ao longo dos anos – e continua ajudando…
Então, selecionei alguns dos seus toques conscienciais preciosos e estou acrescentando-os aqui nessa nota, para enriquecer esses escritos de hoje.
Espero que a sabedoria e o perfume espiritual de Ramakrishna viajem junto e iluminem a muitos corações por esse mundão de Deus…
Seguem-se os mesmos logo abaixo.
 
“Flutuo no ar e respiro O Grande Amor.”
“Os avatares (emissários divinos) são locomotivas espirituais carregando vagões cheios de almas para Deus.”
“Viva no mundo, mas não seja do mundo.”
“Enquanto vivo, aprendo.”
“Ninguém é estranho!”
“O Amor não tem motivo para amar. Ele é o próprio motivo.”
“Deus é e não é! Só Ele é que sabe o que É.”
“Encontrarás a tua casa no coração de cada criatura viva.”
“Não seja traidor dos seus pensamentos.”
 
Paramahamsa Ramakrishna: mestre iogue que viveu na Índia do século XIX e que é considerado até hoje um dos maiores mestres espirituais surgidos na terra do Ganges. Para se ter uma ideia de sua influência espiritual, posso citar que grandes mestres da Índia do século XX se referiram a ele com muito respeito e admiração, dentre eles o Mahatma Ghandi, Paramahamsa Yogananda e Rabindranath Tagore.
           
 
 

MAIS UMA ORAÇÃO DA PRESENÇA*
(Com Alma Celta e Coração Lindo)
 
Que você sempre tenha a mente aberta, para jamais estratificar os seus pensamentos em pontos de vista cristalizados no radicalismo.
Que você seja capaz de escutar o que o seu coração quer dizer.
Que você não pise em ninguém e, pelo contrário, estenda a mão para ajudar os seus irmãos em prova.
Que você jamais acalente a mágoa e o ódio, mesmo diante do aguilhão da ingratidão dos homens, porque isso escureceria o seu coração.
Que você não perca a sua inocência primordial, que nada tem a ver com a idade do seu corpo, mas com a sua própria essência espiritual.
Que um Grande Amor habite em seu coração, como um presente do Céu.
Que, mesmo que os dias anteriores tenham sido difíceis, você ainda se levante e venere a luz do novo dia como uma dádiva.
Que você saiba amar, sem se anular e sem se perder e também sem medo de compartilhar o seu coração com o Ser amado.
Que você não dependa de alguém para ser feliz; porém que você saiba que sua viagem pela vida pode ser linda com alguém ao seu lado.
Que, ao envelhecer fisicamente, você tenha a sabedoria de fazer a colheita de tudo de bom que plantou, sem se lamentar…
Que você jamais deixe de sonhar, mas que tenha o discernimento para estar com os pés no chão, sem perder a realidade de vista.
Que você não deixe a arrogância sequestrar a sua simplicidade, e nem que o mal conquiste o seu Ser.
Que você ore com alegria e gratidão, sabendo que a Presença escuta o seu coração.
Que você tenha a coragem de viver um Grande Amor, sem as barreiras do seu ego, e sinta-se honrado (a), por amar e ser amado.
Que você não permita que poder algum do universo, humano ou espiritual, possa roubar sua luz e tirar sua alegria.
Que você, mesmo com o materialismo do mundo tentando asfixiar os seus valores espirituais, jamais traia o seu coração, porque isso seria a maior das perdas.
Que, diante da dor de uma perda, você saia vencedor de si mesmo e continue vivendo com garra e alegria, na força do seu próprio espírito imortal.
Que você ame aos seus filhos, incondicionalmente, assim como a Presença o ama.
Que você beije com gosto, não com carência ou medo, e saiba que toda relação inclui uma fusão de energias entre os parceiros (e que você tenha a sabedoria de se envolver com alguém na luz).
Que, de vez em quando, você se pergunte o que seria de sua vida, se não houvesse boa música no mundo?…
Que você saiba que os seus animais de estimação são seus parceiros de viagem (mesmo quando estão velhinhos e adoentados); são presentes da Presença, para alegrar sua vida.
Que você honre aos seus pais e avós e jamais os desampare na velhice.
Que a Luz do Eterno se revele em seu coração e lhe dê a certeza da imortalidade da consciência.
Que, mesmo sem ser poeta, você seja capaz de ver a poesia nas coisas da vida: na alegria das crianças; num lindo pôr de sol; no desabrochar das flores; e no olhar de quem você ama…
Que você olhe para as estrelas, e ainda se emocione com a beleza do zimbório celeste (que repousa nas mãos do Ancião dos Dias).
Que você aprecie um dia ensolarado e agradeça a festa da luz na atmosfera, e saia cantando a vida…
Que você aprecie uma noite enluarada e deixe sua consciência viajar por aí…
Que você voe, em espírito, e comungue com as estrelas, mas, sem deixar de escutar o som dos passos da formiga.
 
 
Que você agradeça à Presença, pelos grandes amigos que ela colocou na senda de sua vida…
Que você escute o “Oran Mor”** em seu coração.
Que os seus olhos brilhem muito quando você ler essas linhas…
 
P.S.:
Ah, que os nossos corações se encontrem…
Aqui, nessas linhas, por obra e graça da Presença***.
Você, o leitor; e eu, o escritor, escutando, juntos, o “Oran Mor”…
Com nossos corações.
E que assim seja!
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – voando com gratidão…
 
– Notas:
* Há uma série de sete Orações da Presença publicadas no apêndice do meu livro “Flama Espiritual”. Então, essa aqui é a oitava (ou, talvez, a primeira de uma segunda série a ser realizada, por obra e graça da Presença.)
** Oran Mor, traduzido como “A Grande Melodia”, é o que existe de mais próximo sobre o mito da criação celta. Diz-se que o Oran Mor começou no silêncio, quando nada existia ainda. Depois a canção começou. A vida foi tocada na existência, e a melodia continuou desde então, para aqueles que a ouvem…
** A Presença – metáfora celta para o Todo que está em tudo. Quando os antigos iniciados celtas admiravam os momentos mágicos do alvorecer e do crepúsculo, costumavam dizer: “Isso é um assombro!” E assim era para todas as coisas consideradas como manifestações grandiosas da Natureza e do ser humano. Ver o brilho dos olhos da pessoa amada, a beleza plácida da lua, a alegria do sorriso do filho, ou o desabrochar de uma flor eram eventos maravilhosos. Então, eles ousavam escutar os espíritos das brumas, que lhes ensinaram a valorizar o Dom da vida e a perceber a pulsação de uma PRESENÇA em tudo.
A partir daí, eles passaram a referir-se ao TODO QUE ESTÁ EM TUDO como a PRESENÇA que anima a Natureza e os seres. Se a luz da vida era um assombro de grandiosidade, maior ainda era a maravilha da PRESENÇA que gerava essa grandiosidade. Perceber essa PRESENÇA em tudo era um assombro! E saber que o sol, a lua, o ser amado, os filhos, as flores e a Natureza eram expressões maravilhosas dessa totalidade, levava os iniciados daquele contexto antigo da Europa a dizerem: “Que assombro!”
Hoje, inspirado pelos amigos invisíveis celtas, deixo registrado aqui nesses escritos o “terno assombro” que sinto ao meditar na PRESENÇA que está em tudo. E lembro-me dos ensinamentos herméticos inspirados no sábio estelar Hermes Trismegisto, que dizia no antigo Egito: “O TODO está em tudo! O Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível à inteligência e ao coração.”
O TODO ou A PRESENÇA, tanto faz o nome que se dê. O que importa mesmo é a grandiosidade de se meditar nisso; essa mesma grandiosidade de pensar nos zilhões de sóis e nas miríades de seres espalhados pela vastidão interdimensional do Multiverso, e de se maravilhar ao se perceber como uma pequena partícula energética consciente e integrante dessa totalidade, e poder dizer de coração: “Caramba, que assombro!”
 
 

MAIS UMA ORAÇÃO DA PRESENÇA – II
(Com Alma Celta e Coração Lindo)
 
Que você jamais se esqueça de que é um espírito, um cidadão do universo.
            Que você saiba que é muito amado (a) pela Luz.
            Que você sinta o Amor como um presente da Presença.
            Que você tenha a coragem de escutar o seu coração – mas sem perder a razão.
            Que você honre a sua jornada – e que os seus objetivos e valores sejam lindos.
            Que você continue cantando – e amando… Mesmo nas horas difíceis.
            Que você nunca deixe de se emocionar com um lindo por de sol.
            Que você respeite o seu corpo – e agradeça à Mãe Terra pelo presente.
            Que você olhe para o firmamento e sinta que as estrelas são suas irmãs.
            Que você faça a grande magia de transformar a si mesmo (a) – sempre na Luz.
            Que você nunca se deixe levar pelas aparências – e nem pelas coisas transitórias.
            Que você não se envergonhe de seus pensamentos – e nem traia a si mesmo (a).
            Que você jamais se esqueça de onde veio realmente – pois tudo vem da Presença.
            Que você não acalente o ódio em seu coração – e nem revide o mal.
            Que você sinta a Canção da Vida tocando todas as fibras do seu Ser.
            Que você seja digno (a) dos estudos espirituais que realiza.
            Que você não machuque o seu coração com emoções pesadas.
            Que você ore pelo bem de todos, porque sabe que a Presença escuta o seu coração.
            Que você tenha a coragem de vencer a si mesmo (a).
            Que você, mesmo diante das provações, não renegue o Divino em si mesmo (a).
            Que você tenha a coragem de permitir que a Luz dissolva o seu orgulho.
            Que você escute o chamado sutil da Presença nessas linhas…
            Que você perdoe os outros – e também se perdoe -, pois é preciso ser feliz.
            Que você tenha o brilho do amanhecer em seus olhos…
            Que você se permita rir igual criança – e, se puder, faça uma canção.
            Que você, em espírito e verdade, agradeça a Presença – por tudo.
            Que você sinta o Oran Mor em seu coração…
 
            P.S.:
            Que os seus chacras* sejam lindos – como pequenos sóis cheios de amor e paz.
            Que sua aura seja muito brilhante, com as cores da Bem-Aventurança.
            Que a sua fé seja inquebrantável – e alicerçada pelo discernimento e o Amor.
            Que as suas pegadas sejam luminosas – e que os seus atos sejam justos e honestos.
            Que nada separe você do benévolo círculo de Luz da Presença.
Ah, que o Amor mais lindo de todos lhe abençoe…
 
Paz e Luz.
 
– Wagner Borges – centelha espiritual de um Grande Amor…
 
– Notas:
* Chacras – do sânscrito – são os centros de força situados no corpo energético e têm como função principal a absorção de energia – prana, chi -, do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
Os principais chacras são sete – que estão conectados com as sete glândulas que compõem o sistema endócrino: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, umbilical, sexual e básico. Suas características básicas são as seguintes:
 Chacra Coronário – é o centro de força situado no topo da cabeça, por onde entram as energias celestes. É o chacra responsável pela expansão da consciência e pela captação das ideias elevadas. É também chamado de chacra da coroa. Em sânscrito o seu nome é “sahashara”, o lótus das mil pétalas. Está ligado à glândula pineal.
Obs.: A pineal é a glândula mais alta do sistema endócrino, situada bem no centro da cabeça, logo abaixo dos dois hemisférios cerebrais. Essa glândula está ligada ao chacra coronário, que, por sua vez, se abre no topo da cabeça, mas tem a sua raiz energética situada dentro dela. Devido a essa ligação sutil, a pineal – também chamada de “epífise” – é o ponto de ligação das energias superiores no corpo denso e, por extensão, tem muita importância nos fenômenos anímico-mediúnicos, incluindo nisso as projeções da consciência para fora do corpo físico.
– Chacra Frontal – é o centro de força situado na área da glabela, no espaço espiritual interno da testa. Está ligado à glândula hipófise – pituitária – e tem relação direta com os diversos fenômenos de clarividência, intuição e percepções parapsíquicas. É o chacra da aprendizagem e do conhecimento. Em sânscrito ele é conhecido como “Ajña”, o centro de comando.
– Chacra Laríngeo – é o centro de força situado em frente da garganta. É o responsável pela energização da boca, garganta e órgãos respiratórios. Está ligado à glândula tireóide. Bem desenvolvido, facilita a psicofonia e a clariaudiência. É considerado também como um filtro energético que bloqueia as energias emocionais, para que elas não cheguem até os chacras da cabeça. É o chacra responsável pela expressão criativa – comunicação – do ser humano no mundo. O seu nome em sânscrito é “Vishudda”, o purificador.
– Chacra Cardíaco – é o centro de força responsável pela energização do sistema cardiorrespiratório. É considerado o canal de movimentação dos sentimentos. Por isso é o chacra mais afetado pelo desequilíbrio emocional. Bem desenvolvido, torna-se um canal de amor para o trabalho de assistência espiritual. Está ligado à glândula timo. O seu nome em sânscrito é “Anahata”, o inviolável, o invicto, o som sutil do espírito imperecível.
– Chacra Umbilical – é o centro de força abdominal, responsável pela energização do sistema digestório. Está ligado à glândula pâncreas. É considerado o chacra das emoções inferiores. Quando está bloqueado, causa enjôo, medo ou irritação. Bem desenvolvido, facilita a percepção das energias ambientais. É chamado em sânscrito de “Manipura”, a cidade das joias.
– Chacra Sexual – é o centro de força responsável pela energização dos órgãos sexuais. Está ligado às gônadas – glândulas de reprodução – testículos no homem; ovários na mulher. Quando está bloqueado, causa impotência sexual ou desânimo. Quando super-excitado, causa intenso desejo sexual. Bem desenvolvido, estimula o melhor funcionamento dos outros chacras e ajuda no despertar da kundalini. É o chacra da troca sexual e da alegria. O seu nome em sânscrito é “Swadhistana”, a morada do eu – ou morada do sol; ou a morada do prazer.
– Chacra Básico – é o centro de força situado na área da base da coluna. É o responsável pela absorção da energia telúrica e pelo estímulo direto da energia no corpo e na circulação do sangue. Está ligado às glândulas supra-renais e tem relação direta com os fenômenos bionergéticos e parapsíquicos oriundos da ativação da kundalini. O seu nome em sânscrito é “Muladhara”, a base e fundamento do corpo.
Obs.: Aqui não estão relacionados os chacras secundários, incluindo nisso o chacra esplênico, em cima do baço.
           
 

MIL FLORES
 
– Por Frank –
 
No corpo do homem há mil portais que dão acesso ao Criador.
Se hoje usamos sete portões principais*, é por mérito do Divino Amor, que flui por meio das nossas criações, trabalhos terrenos de aprendiz de preservador.
Mas, se existem portais nos homens, não existirão também nos animais?
Existem, sim, senhor! Há portais que já não usamos mais, mas que são totalmente ativos nos animais, e há tantos outros adormecidos, tal como no homem, que são portais esquecidos, esperando o momento certo de serem abertos, explorados, capacitados e desenvolvidos.
Mil flores, meus amigos, por todo o jardim do nosso corpo.
Se, no mundo de baixo, há os portais da emoção, da criação e da terra; não haveria, também, em cada pé, portais da firmeza? E, em cada joelho, portais da humildade?
Se, no mundo de cima, há os portais do amor, da comunicação e da visão; não haveria, também, os portais da leveza nos ombros? Da cura, nas mãos, e do escutar, nos ouvidos?
Sim, há mil portais coloridos, mas ainda escondidos. Mil flores ocultas, esperando o nosso momento de descobrimento, de despertar e abrir cada esfera, para aprender a usar o portal das mil luzes, a flor das mil pétalas**, que conduz às estrelas cadentes do Divino Infinito, para a comunhão com a Mãe Terra, passando por nosso coração.
 
– Notas do Texto:
* Sete portões – metáfora para os sete chacras.
Obs.: Chacras – do sânscrito – são os centros de força situados no corpo energético e têm como função principal a absorção de energia – prana, chi – do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
            Os principais chacras são sete – que estão conectados com as sete glândulas que compõem o sistema endócrino: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, umbilical, sexual e básico.
** Portal das mil luzes – metáfora para o chacra coronário, no topo da cabeça.
O Chacra Coronário é o centro de força situado no topo da cabeça, por onde entram as energias celestes. É o chacra responsável pela expansão da consciência e pela captação das ideias elevadas. É também chamado de chacra da coroa. Em sânscrito o seu nome é “sahashara”, o lótus das mil pétalas. Está ligado à glândula pineal.
Obs.: a pineal é a glândula mais alta do sistema endócrino, situada bem no centro da cabeça, logo abaixo dos dois hemisférios cerebrais. Essa glândula está ligada ao chacra coronário, que, por sua vez, se abre no topo da cabeça, mas tem a sua raiz energética situada dentro dela. Devido a essa ligação sutil, a pineal – também chamada de “epífise” – é o ponto de ligação das energias superiores no corpo denso e, por extensão, tem muita importância nos fenômenos anímico-mediúnicos, incluindo nisso as projeções da consciência para fora do corpo físico.
 

ESPIANDO O INFINITO
 
– Por Frank –
 
Era uma noite, como outra qualquer, quando espiei o infinito.
Eram 23h55min, quando fui para a cama, fiz minhas preces, agradeci ao Todo pelo tudo que eu tinha e olhei para a minha companheira que estava deitada ao meu lado.
No vai e vem da segunda respiração, justamente quando achei que a falta de sono me tocara, fui lançado para fora de mim.
Estava dentro e fora, de tal maneira que observava o mundo e, ao mesmo tempo, sentia meu corpo em profundo relaxamento na cama. Não tive medo, pois já experimentara isso tudo antes, porém, dessa vez, era mais que perfeito; todas as sensações vinham ao mesmo tempo, de forma equilibrada, e eu podia sentir essa familiaridade, tão comum como quando você encontra, depois de muito tempo, um amigo do peito.
Minha consciência não tinha forma, apenas me fazia presente e atravessava paredes e árvores; concreto e céu. Como se observasse à velha São Paulo da janela de um trem, via seus prédios passando por mim, como se o cenário estivesse em movimento, e não eu.
Vi pessoas, na calada da noite, ainda indo para casa e notei os animais noturnos que saem de suas tocas e enchem a noite de sons e vida. Num voo de sonhos, que era mais real que a última lembrança que tinha. Percebi que jamais conseguiria explicar essa experiência sem parecer loucura ou imaginação.
Tão rápido quanto fui, voltei; e abri os olhos assustado, por me dar conta que não mais que dois minutos haviam se passado, enquanto eu jurava que estava fora por horas.
Eram 23h57min, quando tentei falar e explicar o ocorrido para a minha companheira, que me olhava confusa, mas não consegui. Não tinha palavras e, sem conseguir me expressar, vi luzes explodindo na minha testa. Eram como fogos de artifício numa festa-surpresa de virada de ano, em que eu era o único convidado.
Fiquei quieto, observando aquele show de cores, tentei ao máximo não deixar a mente atrapalhar com perguntas, pois o importante era o que eu experimentava e não entender a razão pela qual sentia aquilo. E, justamente quando comecei a sorrir, curtindo o espetáculo como se fosse criança, é que vi o infinito.
Percebi o toque gentil do vento nos meus ouvidos, como se quisesse me contar algo; tentando ouvir, escutei algo que só posso descrever como canto do infinito.
Choviam estrelas na minha cama, quando segurei a eternidade em minhas mãos.
Mexi os dedos e toquei a própria manifestação. Era como se tudo fosse maleável; como se tudo pudesse ser moldado para a nossa própria satisfação.
Ouvi conversas, descobri segredos, tive insights que dariam mil livros, ou ainda, milhares de canções. Sabia que não conseguiria assimilar tudo aquilo; e desejei ardentemente guardar tudo o que sentia no meu coração. Era como se eu sonhasse que achara um baú cheio de ouro e soubesse que não conseguiria levá-lo comigo (no despertar, o sonho viraria areia escorrendo pelas mãos).
Não sabia o que ocorreria em seguida e isso era fantástico; foi então que percebi algo: todas às vezes que nos deixamos levar pela vida, sem nos preocuparmos com o que há escondido na próxima esquina, tudo vira festa, cada passo se torna uma conquista. Cada experiência, um presente; cada pessoa, uma vida a ser descoberta e vivida.
O infinito não é o espaço sem fim, nem muito menos o alcance do brilho das estrelas; o infinito se reflete no olhar do vizinho, do amigo, do filho; no meu caso, nos olhos da pessoa que mais amava.
Era 23h58min, quando percebi os olhos mais cintilantes que já vi. Não eram estrelas, era apenas o olhar de minha parceira de jornada, que, em silêncio, observava as idas e vindas do companheiro, nessas viagens para o infinito, que começam e terminam dentro de um olhar.
 
São Paulo, 19 de fevereiro de 2008.
 

EL MATADOR
– Por Frank –
 
O duelo começara.
EL Matador se movia graciosamente e se desviava do touro, com rapidez e habilidade, levando a multidão ao delírio.
O touro era valente e forte, mas EL Matador, com a experiência de anos de arena, driblava o animal com facilidade, enquanto sua capa vermelha balançava pelo ar.
Ele oferecia a luta ao filho, futuro toureiro, que continuaria a tradição que começara com seu bisavô e o fizera conhecido de costa a costa na Espanha.
No outro lado da batalha, o touro também cumpria uma tradição. O seu bisavô morrera na arena, assim como seus filhos um dia também estariam frente a frente com um toureiro, cumprindo a sina de todo touro por ali: morrer nas mãos de um matador treinado.
Milhares de pessoas assistiam àquela última luta da temporada e vibravam de alegria a cada lança atingida no touro, e a cada vez que EL Matador se desviava do animal.
Porém, naquela tarde algo inesperado ocorreu. Talvez por excesso de confiança ou descuido, EL Matador, ao tentar se desviar, perdeu o equilíbrio e caiu no chão… Erro fatal à frente de um touro feroz e ferido.
Seus ajudantes tentaram ajudá-lo, mas também foram atingidos pelo animal que parecia ter enlouquecido. Ele até tentou levantar-se, mas o touro o acertou, jogando-o de encontro ao chão.
A multidão silenciara, enquanto outros toureiros e ajudantes tentavam se aproximar para ajudar, mas, durante um breve momento, animal e homem se olharam profundamente.
O touro assumira o controle da luta; o toureiro, no chão, esperava a morte.
Esse momento pareceu durar uma eternidade. Era como se o duelo agora continuasse pelo olhar. E EL Matador viu nos olhos do animal algo que nunca percebera antes…
Talvez tenha sido o cansaço, ou os ferimentos, mas o touro desistiu de lutar e deitou-se no chão, esperando sua morte nas mãos dos que vieram ajudar EL Matador.
O toureiro continuou parado, traumatizado por ter enxergado através dos olhos do animal a mesma luz que habita em cada ser humano: o brilho da vida.
Ele levantou-se, caminhou até o touro e o cobriu com sua capa e pediu perdão a Deus por nunca ter enxergado a verdade antes.
Naquela tarde, a multidão que assistia à luta nas arquibancadas – e milhares de outros espanhóis que assistiam pela televisão ao duelo -, viram algo que nunca ocorrera antes na história da tourada: as lágrimas de um toureiro abatido pelo touro.
Ninguém entendeu, mas, no silêncio de seu coração, EL Matador chorava mesmo era de agradecimento; não só pela vida que o touro lhe poupara, mas também porque o animal lhe ensinara, pelo olhar, que mais importante e poderoso do que ser um matador, era se tornar um campeão da vida.
 
            São Paulo, 29 de julho de 2010.
 
       – Nota de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco de Oliveira, participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores. Depois de vários anos morando em Londres, ele voltou a residir em São Paulo, em fevereiro de 2005.
Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos.
Há diversos textos dele postados em sua coluna da revista on line de nosso site e em nossa seção de textos periódicos, em meio aos diversos textos já enviados anteriormente. www.ippb.org.br – Outros textos podem ser acessados diretamente em seu blog na Internet: http://cronicasdofrank.blogspot.com