Ramatís e o Espiritismo

Por Dalton Campos Roque

Esta mensagem foi escrita com espontaneidade e bom humor.

Não se espante com meus termos meio pops. Sou um brincalhão e eterno menino do coração.

As questões que definem a relativa antipatia de um número pequenino e desprezível de espíritas primários quanto a Ramatís PODE SE DAR por diversos fatores fáceis de analisar, por coerência e psicologia básica. Vou dar uma volta para chegar onde desejo.

O Espiritismo se revelou no ocidente uma religião nova, com novos princípios sólidos, coerentes e bem estudados por Kardec, que era um EXCELENTE PESQUISADOR. Por ser um cara sério, trabalhador e principalmente possuir espírito de pesquisador, ele efetuou as obras excelentes que todos conhecemos.

Pesquisas sérias são a forma mais contundente de obter frutos verdadeiros, práticos e coerentes. Kardec não era um médium, pois um médium como eu, Hercílio, Wagner Borges ou outros quaisquer, quanto a mediunidade estão mais ou menos sujeitos a erros, conforme infinitos contextos. Mas se colocarmos médiuns (sejam quem forem) como pesquisadores, com certeza os resultados

SERIAM bem melhores. Resultados (pesquisas bibliográficas e estatísticas) são fatos e não conceitos, pesquisas psíquicas, parapsíquicas, mediúnicas e extrafísicas são complexas além do paradigma vigente, o Newtoniano.

Quando minha biografia ou de meus amigos espiritualistas citados, aparece em alguma coluna com o nome chique PESQUISADOR DA CONSCIÊNCIA tenho amplo conhecimento da imperfeição e parcialidade desta expressão.

Não tenho laboratório, equipamentos, secretária, auxiliar, mal tenho uma biblioteca, meio computador (isto não pode ser chamado de computador) sou um pesquisador extrafísico razoável e um pesquisador de livros de minha biblioteca, se é que entendem minhas expressões bem humoradas, mas claras e sinceras.

Eu apenas fiz uma comparação, para chegar à conclusão que é mais fácil um médium produzir material literário que um pesquisador, que precisa de colher dados em função de resultados. Por outro lado é mais fácil os médiuns errarem muito mais que os pesquisadores.

Bem, os erros dos médiuns não eliminam seus acertos, assim como meus defeitos não anulam minhas virtudes e talentos. Então a religião espírita, nova, diferente, empolgante, bacana, baseada em fatos de pesquisa deu uma nova perspectiva a seus adeptos!! Discernimento a uns e fascinação a outros.

Mas depois começaram a aparecer médiuns fora do espiritismo produzindo obras tão boas quanto (mesmo sem pesquisa como eu disse) e os egos que vivem de inveja, ciúme e comparação, se sentiram ameaçados por novos conceitos e ideias paralelas e até mais avançadas que as deles – Espíritas Ortodoxos.

Então o que era novidade top de linha sem concorrência, começou a receber fortes concorrentes. Surgiram novos médiuns, novas editoras, novas livrarias, novos espíritos (como Ramatís), novos grupos de estudo, novos institutos, novos centros espíritas não federados e a concorrência foi ficando apertada.

Com a concorrência apertada, resta questionar, blasfemar, criticar, falar mal, meter o pé, excomungar, e criar uma nova inquisição espírita moral e social.

Eu não sou um super projetor astral consciente, sou mais médium, e como MUITOS outros eu posso errar, o Hercílio pode errar, o Wagner Borges pode errar, mas não invalida os acertos. Mas para quem deseja criticar, QUALQUER coisa pode ser usada como munição para apontar o dedo. Os erros de Hercílio (naturais e humanos), perante a sua obra é irrelevante!

O que as pessoas precisam é ponderar mais e criticar menos. Meus dois livros de cabeceira são: Viagem Espiritual e Viagem Espiritual 3 e no Viagem Espiritual (capa meio avermelhada) na página 215 o autor Wagner Borges, descreve:

“NOVOS ESCLARECIMENTOS SOBRE O TRABALHO DE RAMATIS” que todos os simpáticos ao mesmo deveriam ler. Não sei se o livro ainda está sendo editado ou se está disponível no excelente e vasto portal www.ippb.org.br.

Vou digitar o APÊNDICE 1 do excelente livro VIAGEM ESPIRITUAL do Professor Wagner Borges de São Paulo, pela Editora Universalista.

– Livro Viagem Espiritual – Editora Universalista – Lançado em 1995 De Wagner Borges por vários espíritos entre eles Ramatís

Apêndice I – pág. 215

Novos esclarecimentos sobre o trabalho de Ramatís

Dos quatro espíritos comunicantes desta obra, Ramatís é o mais conhecido nos meios espiritualistas brasileiros. Contudo, ainda pesam muitas dúvidas sobre as suas comunicações e muita gente não as aceita. Por isso, visando dar ao leitor maiores esclarecimentos a seu respeito, inseri neste apêndice do livro informações adicionais sobre seu trabalho espiritual.

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N década de 1950, surgiu, nos meios espiritualistas brasileiros, um médium do Paraná, chamado Hercílio Maes, que recebia mensagens psicografadas de um espírito hindu desencarnado. O nome desse espírito: RAMATÍS.

As mensagens desse espírito foram publicadas, ao longo dos anos, numa série de livros da Editora Freitas Bastos. A publicação desses livros de Ramatís causou (e causa até hoje) uma grande celeuma entre os espíritas tradicionais. Tudo porque a abordagem dos assuntos não seguia os padrões kardecistas atuais.

Ramatís trazia à baila assuntos comuns à área espírita, tais como: vida após a morte, carma, reencarnação e mediunidade. Só que abordava, também, assuntos não comuns aos espíritas, tais como: chacras, prana, duplo etérico, vida em outros planetas, alimentação natural, magia, Ioga e outros.

Os temas eram abordados sob um prisma universalista, eclético, sem sectarismos. Ramatís buscava fazer uma integração das ideias espiritualistas orientais com as ideias espiritualistas ocidentais. Isso assustou muitos espíritas que estavam acostumados com uma abordagem espiritual mais afeita aos padrões do mundo cristão-ocidental. Em outras palavras, estavam acostumados demasiadamente com o evangelho cristão e dependentes demais de preces. Estavam acomodados e condicionados com o que Allan Kardec disse ou não disse, e haviam esquecido que existiam outros movimentos espiritualistas valorosos que buscavam, também, os mesmos ideais espiritualistas.

(Também os primeiros livros do espírito André Luiz, psicografados por Francisco Cândido Xavier, não foram bem aceitos no início pelos espíritas ortodoxos da época [décadas de 1940 e 1950]). Com métodos diferentes, iogues, rosa-cruzes, teosofistas, budistas, martinistas e outros, estavam caminhando na direção dos valores do espírito.

Os espíritas trabalhavam com a mediunidade, mas não sabiam nada sobre aura, chacras e duplo etérico, assuntos tão importantes para o desenvolvimento sadio da parte prática de qualquer médium.

Falavam sobre carma e reencarnação como se fosse uma grande novidade, e esqueciam de que os hindus já falavam nisso há milhares de anos. Citavam Allan Kardec e o “Livro dos Espíritos” quanto a pluralidade dos mundos, mas estranhavam quando alguém falava sobre vida em outros planetas e extraterrestres.

Como os livros de Ramatís eram psicografados através de um médium, os leitores imediatamente associavam as suas mensagens ao Espiritismo kardecista, que tem como base justamente a mediunidade.

Como a maioria dos espíritas não concordava com o teor de tais livros, preferiu-se renegar o trabalho de Ramatís. Essa postura ortodoxa, de negar o que é diferente, tão comum a quem é quadrado mentalmente, por incrível que pareça, permanece até hoje nos meios espíritas.

Se o amigo leitor entrar numa livraria espírita tradicional e perguntar pelas obras de Ramatís, além de não encontrá-las, é bem capaz que seja fuzilado pelo olhar indignado de algum kardecista ortodoxo que por lá estiver. Isso já aconteceu comigo e com várias pessoas que conheço.

No entanto, se o trabalho de Ramatís não foi bem recebido no movimento espírita, o mesmo não aconteceu na área esotérica. Muitos ocultistas, teosofistas, maçons, rosa-cruzes, martinistas e livres-pensadores simpatizaram com a maneira eclética com que ele abordava os vários temas espiritualistas. Muitos viam nele o ponto de união e equilíbrio do Ocultismo com o Espiritismo.

Como se sabe, nos diversos movimentos esotéricos a mediunidade, que é a base do trabalho prático do Espiritismo, é abominada, pois a mecânica de trabalho ocultista é baseada na concentração e na atividade anímica do discípulo. Procura-se desenvolver o potencial latente da pessoa por ela mesma, através de processos iniciáticos específicos que logrem o crescimento interno da força de vontade do indivíduo.

O objetivo do ocultista é a atividade interna da própria alma encarnada, calcada no autodesenvolvimento. O objetivo do espírita é semelhante, todavia o método de desenvolvimento é diferente. Está baseado em processos mediúnicos, nos quais o candidato a médium busca a passividade interna, a fim de ceder o seu complexo psicofísico a um ser extrafísico que possa ajudá-lo no seu desenvolvimento.

O médium espírita é, então, uma ponte de ligação entre dimensões, um canal para o plano extrafísico se manifestar no plano físico. O método ocultista, baseado no animismo, busca fazer o discípulo ir do físico para o extrafísico, isto é, “de dentro para fora”. Em outras palavras, o humano vai até o mestre espiritual.

O método espírita, baseado na mediunidade, busca fazer o discípulo trazer o extrafísico para o físico, isto é, “de fora para dentro”. Em outras palavras, o mestre extrafísico vai até o humano.

Por causa da diferença de métodos, há uma certa rusga dos ocultistas em relação ao Espiritismo. Acrescente-se a isso, o fato de que quando o Espiritismo surgiu, no século XIX (a partir de 1848 com as irmãs Fox, nos EUA e, posteriormente, com o “Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, a partir de 1857, na França), trouxe para o conhecimento público vários assuntos que antes eram de domínio exclusivo das diversas ordens esotéricas.

O ocultismo é essencialmente esotérico (simbólico; fechado; elitista).

O Espiritismo é basicamente exotérico (explícito; aberto; popular).

É aí que o trabalho de Ramatís se reveste de grande importância. Ele busca unir o conhecimento espírita com o conhecimento ocultista e ainda adicionar a essa união o conhecimento espiritualista oriental. O resultado disso pode ser chamado de Universalismo, ou simplesmente, de Espiritualismo.

Não se trata de fazer o que, certa vez, ouvi algumas pessoas chamarem desdenhosamente de “salada espiritualista”. Trata-se de unificar e expressar o conhecimento espiritualista de maneira clara, acessível a quem quer estudar, e sem condicionamentos dogmáticos de qualquer natureza.

Portanto, desde a década de 1950 que os livros de Ramatís vêm provocando questionamentos entre os espiritualistas. Alguns adoram os seus ensinamentos, outros os abominam completamente. Os seus detratores mais exagerados chegam a afirmar que ele é um espírito maligno que se aproveitou da mediunidade para espalhar confusão nos meios espiritualistas.

Opiniões tão contraditórias demonstram claramente como é difícil trabalhar espiritualmente em um mundo tão carregado de sectarismo e ortodoxia consciencial.

Da década de 1950 para cá, muita coisa mudou. O que era novidade e ousadia para aquela época, hoje é considerado ultrapassado e tediosos. Basta lembrar que antigamente a seção de livros espiritualistas era bem escondida nos fundos das livrarias e, hoje em dia, é a seção mais exposta e a que tem maior movimento de pessoas olhando e comprando.

Hoje, os livros de Ramatís contam entre os mais vendidos na área espiritualista. São reeditados constantemente e ainda pela mesma editora. Alguns livros foram traduzidos para o espanhol e circulam pela Argentina, Uruguai, Chile e até mesmo em Cuba.

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O médium Hercílio Maes está hoje com 80 anos [escrito em 1995 -Nota do digitador] (nasceu em 1913) e vive acamado desde a década de 1970, vítima de uma paralisia que o deixou imobilizado no leito. (É bom alertar o leitor de que o exercício da mediunidade ou de qualquer outro fenômeno parapsíquico, bem como o estudo da Espiritualidade, não isentam o espírito encarnado dos seus débitos cármicos do passado. Como diz o próprio Ramatís: “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.

Maes era um sensitivo excelente e, por ser o intermediário de Ramatís, sofreu muitas pressões físicas e extrafísicas. Do mundo humano ele sofreu agressões que se manifestavam como calúnias e ataques morais a sua pessoa. Só quem é sensível e já passou por situação semelhante é que sabe o quanto isso é desgastante.

Chegaram a dizer que Ramatís não existia, que era uma fantasia da mente do médium. Do mundo astral, ele sofreu vários ataques extrafísicos, levados a cabo por espíritos trevosos que não queriam que os ensinamentos de Ramatís fossem publicados.

Por tudo isso, pelo seu esforço e por ter sido o principal canal mediúnico de Ramatís, fica aqui registrado o nosso mais sincero agradecimento e respeito a Hercílio Maes, que tanto fez pelo Espiritualismo e que não teve o justo reconhecimento dos seus irmãos terrenos.

A você Hercílio Maes, “MUITA LUZ”.

Wagner Borges

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Muitos leitores de Ramatís costumam me perguntar por que há tantas contradições nas informações contidas nos seus livros. citam, por exemplo, o capítulo sobre limitação de filhos, da obra “A Vida Humana e o Espírito Imortal”, onde, supostamente, Ramatís estaria se colocando firmemente contra a pílula anticoncepcional.

Estranham, também, o radicalismo de Ramatís nas questões sobre vegetarianismo, no livro “Fisiologia da Alma”. Citam com frequência o livro “A Vida no Planeta Marte” e perguntam por que as sondas americanas não detectaram lá a vida que Ramatís afirma existir no planeta. E questionam, principalmente, o livro “Mensagens do Astral”, onde Ramatís fala sobre o juízo final.

A resposta a essas perguntas é bem clara: infelizmente durante a recepção mediúnica de alguns livros, houve forte interferência dos condicionamentos subconscientes de Hercílio Maes nas mensagens transmitidas. Ele era um ótimo sensitivo, mas quem trabalha com a mediunidade está sujeito a esses percalços inconscientes. (vide livro Mediunismo Ramatís).

Praticamente quase todos os médiuns passam por isso (inclusive eu mesmo, Wagner). Por isso, caro amigo leitor, preste muita atenção nas informações deste livro. Só aceite aquilo que passar pelo crivo da razão.

No caso de médiuns intuitivos, como Hercílio Maes, a interferência subconsciente na mensagem é grande, sobretudo se eles estiverem impressionados por alguma situação de forte apelo emocional. São como “antenas vivas” e podem captar, sem querer, impressões psíquicas oriundas de diferentes frequências ao mesmo tempo (como um rádio que mistura as estações).

Muitas vezes, o médium capta o intenso fluxo mental de uma coletividade (holopensene) e somatiza, sem perceber, as vibrações daquele evento no seu subconsciente. Quando o espírito comunicante se anexa no seu campo áurico para transmitir uma mensagem, injeta um fluxo mental e energético de fora para dentro.

No entanto, por vezes, há dentro do médium um fluxo mental agregado anteriormente que se mistura com o fluxo injetado pelo espírito, e é aí que nasce uma mensagem truncada ou toldada pelo animismo do médium. É esse o caso, por exemplo, quando parece que é Ramatís que está se expressando contra a pílula anticoncepcional. É óbvio que não era ele.

Se observarmos bem a época (década de 1960) em que Hercílio Maes recebeu as comunicações de Ramatís sobre esse tema, notaremos claramente que, com exceção dos médicos esclarecidos e da juventude questionadora que buscava uma maior liberação dos costumes ortodoxos, a maior parte da população brasileira (conservadora, latina e cristã) não aceitava o advento da pílula anticoncepcional. Inclusive, até mesmo a maioria dos espiritualistas repudiava tal método contraceptivo.

O argumento que usavam era o de que havia muitos espíritos desencarnados precisando reencarnar e, com o surgimento da pílula, as oportunidades de renascimento na Terra diminuiriam bastante.

Isto é, o conceito espiritualista era o de que as mulheres passassem a usar a pílula anticoncepcional, o departamento reencarnatório do plano espiritual se veria em “maus lençóis” para encaixar os espíritos numa nova reencarnação terrestre.

Obviamente este argumento não tem consistência, pois se tivesse, seria um atestado de incompetência dos espíritos desencarnados, técnicos em processos reencarnatórios, mas vencidos por uma simples pílula inventada pelo homem. Além do mais, até que ponto teria o homem poder para enfrentar a natureza, que é sempre a favor do renascimento e de novas oportunidades para todos?

A principal prova disso é que mesmo já passados trinta anos do advento da pílula a população continua aumentando vertiginosamente. O planeta tem atualmente quase seis bilhões de pessoas e o Brasil, que naquela época tinha noventa milhões de habitantes, tem hoje cerca de cento e quarenta milhões. Portanto como se vê, não é o homem com seus pequenos métodos que vai conseguir vencer as forças da natureza.

Com o passar do tempo, o uso da pílula anticoncepcional foi aceito normalmente pela sociedade (com exceção de alguns grupos de fanáticos religiosos), e hoje ela é utilizada corriqueiramente pela maioria das mulheres, inclusive as espiritualistas. Isso não quer dizer que o uso da pílula anticoncepcional esteja isento de efeitos colaterais e nem que é o melhor método contraceptivo para todos os casos. Aliás, não estou aqui para defender o uso da pílula. A minha intensão é esclarecer o leitor a respeito das aparentes contradições de Ramatís sobre o tema em questão.

Posso resumir isso da seguinte maneira: Hercílio Maes recebeu as mensagens de Ramatís que estão contidas no capítulo sobre limitação de filhos do livro ” A Vida Humana e o Espírito Imortal”, no final da década de 1960, época em que ainda havia uma grande oposição popular e religiosa quanto ao uso da pílula anticoncepcional.

Maes, como médium intuitivo, captou subconscientemente as formas-pensamento do holopensene criado pela opinião pública e foi influenciado por isso no memento da recepção das mensagens. Em outras palavras, ele somatizou o que a maioria estava pensando e filtrou isso mediunicamente, como se fosse a opinião de Ramatís. Acrescente-se a isso que ele, como pessoa normal encarnada, tinha a sua própria opinião sobre o assunto. E esta, é claro, estava condicionada pela sua condição de espiritualista, que, como já dissemos antes, era desfavorável ao uso de métodos anticoncepcionais.

Isso tudo influenciou drasticamente o conteúdo das mensagens passadas mediunicamente por Ramatís e levou a sérios erros de interpretação. Um exemplo disso está na pg. 86 do livro citado: “Considerando-se que a Divindade não exige esforços sobre-humanos dos espíritos encarnados, mas uma recíproca cooperação entre todos, para a mais breve solução do problema angustiosos dos desencarnados, todo casal que venha a procriar, no mínimo, quatro filhos, ajusta-se a uma frequência útil no espaço. Quer limitando ou não limitando filhos, essa cota de quatro descendentes sempre ameniza quanto a possibilidade de os pais terem assumido compromisso com mais entidades. A Administração Sideral então, tudo faz para atenuar as culpas dos “faltosos”, na sua fase desencarnatória, embora a lei venha a exigir, nas vidas futuras, a compensação dos filhos frustrados!”

Agora, amigo leitor, pergunto-lhe o seguinte: você acha que foi Ramatís quem escreveu isso?

Se você acha que não, isso é ótimo. Significa que usou o bom-senso para avaliar a questão. Se acha que sim, sugiro que vá correndo “fazer” quatro filhos para garantir a sua situação no Além, após a morte.

Como detalhe a mais, sugiro que leia o capítulo inteiro e depois compare-o com os ótimos livros “Elucidações do além”, “A Vida Além da Sepultura”, “Mediunismo”, “A Missão do Espiritismo” e “Magia de Redenção”. Depois analise coerentemente o que ali está escrito, e veja se parece que foi o mesmo espírito que escreveu esses livros e o tal capítulo sobre limitação de filhos.

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Com relação aos outros livros questionados pelos leitores, posso dizer que Ramatís sempre foi favorável à alimentação vegetariana. E nem poderia deixar de ser, pois o estômago do ser humano é um verdadeiro “cemitério de vísceras animais”. Porém ele não é radical em assunto algum. Como o espírito evoluído, é portador de um grande senso de equilíbrio e respeita os pontos de vista alheios, mesmo que não concorde com eles.

O conteúdo das ideias expostas no livro “Fisiologia da Alma” é de sua autoria, mas o radicalismo das opiniões é de Hercílio Maes, que era fanático por vegetarianismo, e que, sem querer, pelo mesmo motivo já explicado antes, revestiu as ideias de Ramatís com o seu próprio temperamento (extremamente rigoroso com essa questão).

Quanto ao livro “A Vida no Planeta Marte”, esse talvez tenha sido o maior equívoco mediúnico de Hercílio Maes. Toda as informações sobre a vida extraterrestre ali descrita são verdadeiras. No entanto, há um detalhe muito importante que precisa ser considerado: as informações são reais, mas aquele planeta não é Marte!

Pode até ser que exista vida em Marte, quem sabe até em outra dimensão, ou até mesmo fisicamente, talvez fora do alcance da observação das sondas que lá estiveram. Mas aquilo que Ramatís descreveu em seu livro não parece ser compatível com o que os astrônomos e pesquisadores encontraram no planeta. Se ali houvesse realmente uma civilização evoluída, como a que Ramatís descreve, haveria indícios claros disso no planeta.

O mais provável é que Ramatís tenha descrito a vida em outro planeta, talvez até mesmo fora do nosso sistema solar, e o subconsciente de Hercílio Maes, condicionado com as informações da época (década de 1950) sobre o planeta Marte. É bom lembrar que até a década de 1970 quase tudo o que se falava a respeito de vida extraterrestre, nos filmes, livros e conversas, se referia ao planeta Marte.

Quanto ao livro “Mensagens do Astral”, que fala do “fim dos tempos”, de terceiro milênio e de grandes catástrofes que iriam acontecer no final desse século XX, só posso dizer que já é comum em todo final de milênio aparecerem as tradicionais “profecias terríveis” sobre a humanidade. E, naturalmente, elas vêm sempre acompanhadas dos indefectíveis fanáticos que acham que serão resgatados para algum paraíso preparado somente para eles. A Ufologia e várias organizações místicas estão infectadas de fanáticos diversos, que são dotados de extremo egoísmo, já que se consideram eleitos espirituais, diferentes do resto da humanidade.

Não acredito em nada disso e estou pouco ligando se acontecerão catástrofes ou não. Afinal, sou um espírito imortal e só me interessa aquilo que for positivo para a humanidade.

Em nenhuma oportunidade os espíritos me falaram sobre o “final dos tempos” ou coisa do gênero. Eles sempre falam em melhoria do planeta e crescimento das consciências. Inclusive, vários deles estão planejando reencarnar na Terra, futuramente.

Acho que o “final dos tempos” é simbólico e significa, talvez, o final dos tempos materialistas e insanos. Afinal, as pessoas estão cada vez mais, procurando um caminho espiritual. Isto é, o final dos tempos vai se dar dentro de cada um, e não externamente. A besta do juízo final é o próprio pensamento, pois é com ele que vamos discernir o nosso rumo, e é com força da razão que vamos derrubar os muros da ignorância, esta sim, a verdadeira condenada ao final dos tempos. Há um trecho no livro “Magia de Redenção”, do próprio Ramatís, que chancela isso de maneira bem clara. Está na pág. 31 e diz o seguinte:

“O fim dos tempos significa demolição de costumes e tradições, pois o terreno é lavrado para a nova semeadura! Então prolifera a erva daninha e a planta benfeitora, erguem-se os edifícios modernos, mas tombam incessantemente os prédios em ruínas!”

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Por último, quero deixar bem claro que não estou atacando o médium Hercílio Maes e nem estou dizendo que sou melhor do que ele. Porém, tenho o compromisso espiritual de atualizar o trabalho de Ramatís e de mostrar que muita coisa que foi escrita em seu nome não corresponde ao que ele pensa. Posso afirmar, sem sombra de dúvida, que Ramatís é um dos espíritos mais liberais e serenos que conheço.

Wagner Borges – 1995 – Erros de digitação são meus e não do autor físico ou o espiritual.

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Abraços fraternos dos médiuns de Ramatís e seus amigos espirituais, Dalton e Wagner Borges, e também amigos intrafísicos

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